Assembleia realizada no dia 29 de junho na quadra da São Clemente resultou na suspensão da greveCléber Mendes - 29/06/2023
Publicado 05/07/2023 10:34
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Rio - A coordenação geral do Sindicado Estadual dos profissionais de Educação do Estado do Rio de Janeiro (Sepe) esteve na Secretaria Estadual de Educação (Seeduc), nesta terça-feira (4), para discutir a reposição das aulas após 43 dias de paralisação, que teve início no dia 17 de maio. A greve chegou ao fim sem que a categoria conseguisse ter a principal reivindicação atendida: implementação do piso nacional do magistério para todos os níveis e não apenas para a parcela que está abaixo dele.
De acordo com o Sepe, a categoria cumpriu com o acordo mediado pelo Tribunal de Justiça e enviou à Secretaria, na segunda-feira (03), a proposta de reposição das aulas aprovada pela assembleia, que prevê o início a partir de 1º de agosto, até 20 de dezembro. A Seeduc, no entanto, não concorda com a proposta e determinou o início da reposição ainda em julho, antes do pagamento dos valores descontados durante a greve.
“Estamos preocupados com a questão dos salários porque os professores tiveram desconto no mês de julho e isso significa que no no dia 10, terão dificuldade de locomoção, de comprar comida. O salário é muito baixo e imagina começar a reposição das aulas sem o pagamento na conta. Vamos ver medidas jurídicas e políticas que vamos tomar para colocar a posição do sindicato", ressaltou Marcel Gavazza, que faz parte da coordenação geral do Sepe.
Ao sindicato, a Seeduc informou que responderá aos questionamentos, incluindo a reposição e o pagamento, antes da assembleia marcada para o próximo sábado (8).
Em nota, a Secretaria de Estado de Educação afirmou que é importante que seja imediata a reposição das aulas perdidas, a começar no mês de julho, para que sejam respeitados a terminalidade de cursos semestrais que necessitam de reposição urgente e presencial em julho.
A secretaria propôs que o início da reposição seja da seguinte forma: 5 dias presenciais em julho (10 a 14 de julho); 10 dias presenciais no 2º semestre, entre sábados, feriados ou pontos facultativos à escolha da escola; e 19 dias de forma remota com material impresso ou “Google classroom”.
A Seeduc disse, ainda, que segue aberta ao diálogo com os profissionais da rede e reafirmou o compromisso com todos os pontos acordados na conciliação judicial com a categoria, no último dia 28. 
Em relação ao pagamento dos professores, a secretaria afirmou que o governo renunciou os valores referentes às multas fixadas em decisão judicial que considerou a greve ilegal e, assim que o cronograma de reposição de aulas for definido junto ao Sepe, a secretaria irá submeter o documento ao governador para que, em caso de aprovação, seja emitido decreto com vistas ao abono das faltas.
No próximo sábado, o sindicato terá uma nova assembleia para discutir os pontos abordados. “Esse tema da reposição será discutido e vamos debater também a proposta do pagamento dos salários que temos que apresentar para o governo, que tem o prazo de 60 dias para responder. Até lá, vamos continuar mobilizados e podemos entrar em greve mediante o não comprimento do governo. Isso é uma forma de pressiona-los e dizer que caso, as respostas sejam intransigentes, a categoria pode retornar a greve, mas é uma coisa para avaliarmos durante o desdobramento das nossas reivindicações", explicou Marcel Gavazza.
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