Publicado 24/07/2023 15:36 | Atualizado 24/07/2023 15:50
Rio - O ex-policial militar Élcio de Queiroz, preso por envolvimento na morte de Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, relatou à Polícia Federal e ao Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), em delação premiada, que a vereadora sofreu uma tentativa frustrada de assassinato no final de 2017. Marielle e Anderson foram mortos a tiros em 14 de março de 2018.
Segundo o documento a qual o DIA teve acesso, Queiroz afirmou que Ronnie Lessa, responsável pelos disparos, estava planejando o crime desde o segundo semestre de 2017. Durante a virada para o ano de 2018, a qual passaram juntos, Lessa teria falado para o amigo que tentou matar Marielle semanas antes, mas o plano foi frustrado.
Na ocasião, a ex-vereadora estava em um táxi no Estácio, região central do Rio, quando Lessa e o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, o Suel, que dirigia o veículo, se aproximaram, mas não conseguiram realizar o assassinato. Suel, que foi preso nesta segunda-feira (24) durante a Operação Élpis, teria alegado problemas mecânicos no carro em que estavam no momento da aproximação.
Élcio ainda esclareceu que, além de Maxwell e Ronnie, também estava no veículo nesse dia o policial militar Edmilson Oliveira da Silva, o Macalé, que foi assassinado em uma emboscada no mês de novembro de 2021, em Senador Camará, na Zona Oeste do Rio.
A delação ainda apontou as funções do trio no dia dessa tentativa frustrada. Suel dirigia o veículo enquanto Lessa estava armado com uma submetralhadora MP5 no banco do carona. Edmilson estava no banco de trás portando um fuzil modelo AK47.
Segundo Élcio, Ronnie o contou que o homicídio não aconteceu neste dia planejado porque Maxwell, na sua percepção, teria hesitado. Ambos estão presos desde março de 2019.
Prisão de ex-bombeiro
Maxwell Corrêa foi preso na manhã desta segunda-feira (24), no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio. A delação de Élcio de Queiroz deu origem à Operação Élpis, que investiga a morte de Marielle Franco e Anderson Gomes e a tentativa de homicídio da assessora da ex-parlamentar, Fernanda Chaves. Além da prisão de Suel, os agentes também cumpriram sete mandados de busca e apreensão na cidade do Rio de Janeiro e na Região Metropolitana.
Em 2021, Suel foi condenado por obstruir as investigações das mortes da vereadora e do motorista. No entanto, na sentença proferida pela 19ª Vara Criminal, ele foi autorizado a cumprir a pena em regime aberto, com prestação de serviços à comunidade. Segundo a denúncia do Ministério Público do Rio (MPRJ), o ex-bombeiro foi alvo de mandado de prisão "por atrapalhar de maneira deliberada" as investigações.
O ex-sargento já foi alvo de pelo menos três operações do MPRJ. Em março de 2019, durante a Operação Lume, agentes da Polícia Civil e do MPRJ foram até a casa do bombeiro, em um condomínio de luxo, no Recreio dos Bandeirantes, e apreenderam documentos que pudessem ter ligação com a morte de Marielle Franco. Suel foi levado para a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), mas não chegou a ser preso.
O ex-sargento já foi alvo de pelo menos três operações do MPRJ. Em março de 2019, durante a Operação Lume, agentes da Polícia Civil e do MPRJ foram até a casa do bombeiro, em um condomínio de luxo, no Recreio dos Bandeirantes, e apreenderam documentos que pudessem ter ligação com a morte de Marielle Franco. Suel foi levado para a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), mas não chegou a ser preso.
Em junho de 2020, o militar foi alvo da Operação Submersus 2, que investigou o sumiço de armas do policial militar reformado Ronnie Lessa. Maxwell foi localizado no mesmo endereço e preso, suspeito de ter participado do sumiço das armas que podem ter sido usadas na morte da parlamentar.
De acordo com as investigações, no dia 13 de março de 2019, um dia após as prisões dos ex-policiais Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, denunciados como autores dos crimes, Maxwell, junto com Elaine Pereira Figueiredo Lessa, esposa de Ronnie, Bruno Pereira Figueiredo, cunhado de Ronnie, José Marcio Mantovano e Josinaldo Lucas Freitas, presos durante a Operação Submersus, ajudou a ocultar armas de fogo de uso restrito e acessórios pertencentes a Ronnie, que estavam armazenados em um apartamento no bairro do Pechincha utilizado pelo ex-policial, bem como em locais ainda desconhecidos.
O papel de Maxwell para obstruir as investigações foi ceder o veículo utilizado para guardar o vasto arsenal bélico pertencente a Ronnie, entre os dias 13 e 14 de março de 2019, para que o armamento fosse, posteriormente, descartado em alto mar.
De acordo com as investigações, no dia 13 de março de 2019, um dia após as prisões dos ex-policiais Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, denunciados como autores dos crimes, Maxwell, junto com Elaine Pereira Figueiredo Lessa, esposa de Ronnie, Bruno Pereira Figueiredo, cunhado de Ronnie, José Marcio Mantovano e Josinaldo Lucas Freitas, presos durante a Operação Submersus, ajudou a ocultar armas de fogo de uso restrito e acessórios pertencentes a Ronnie, que estavam armazenados em um apartamento no bairro do Pechincha utilizado pelo ex-policial, bem como em locais ainda desconhecidos.
O papel de Maxwell para obstruir as investigações foi ceder o veículo utilizado para guardar o vasto arsenal bélico pertencente a Ronnie, entre os dias 13 e 14 de março de 2019, para que o armamento fosse, posteriormente, descartado em alto mar.
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