Publicado 25/07/2023 17:59
Rio - A delação premiada do ex-policial militar Élcio de Queiroz abre a possibilidade para que outros envolvidos na morte de Marielle Franco possam fazer o mesmo. A estimativa foi feita pelo procurador-geral de Justiça do Ministério Público do Rio de Janeiro, Luciano Mattos, nesta terça-feira (25), em entrevista ao canal de TV GloboNews.
O procurador acredita que Ronnie Lessa, acusado de ser o responsável pelos tiros disparados contra a vereadora, também pode confessar outros detalhes do crime. Preso desde 2019, Élcio admitiu que dirigiu o veículo Cobalt prata utilizado no ataque e afirmou que os disparos foram feitos pelo ex-policial reformado Ronnie Lessa. "Ao terminar a rajada, ele disse: 'pode ir embora'. Eu perguntei: 'e a senhora que estava ao lado dela?'. E ele respondeu: 'fica tranquilo'. Então, eu pensei que não tivesse acontecido nada com a assessora e com o motorista", relatou Élcio.
Aos policiais, Queiroz contou que, após a morte de Marielle e Anderson, ele e Lessa foram com o carro utilizado no crime até a rua onde fica o condomínio da mãe de Ronnie, no Méier, Zona Norte do Rio. No local, encontraram com Denis Lessa, irmão do acusado, que ficou com a bolsa onde estava a arma usada. Posteriormente, eles entraram em um táxi, pedido por Denis, para a Barra da Tijuca, na Zona Oeste, onde foram até um bar para beber.
Ainda de acordo com o documento, Élcio afirma ter sido informado sobre a morte do motorista somente no local. "Ficava toda hora aparecendo a chamada na televisão. Eu perguntei ao garçom, e ele falou que foi um homicídio de uma vereadora, mas falou por alto. Não tinha som porque estava tendo jogo. De vez em quando chamava, até que em um momento ele disse: 'morreram duas pessoas no local'... aí eu falei: 'que m...", continuou o réu.
"O vidro estava fechado, eu nem vi o rosto dele. Não sei se o meu vidro era muito escuro, pode ser que o disparo atravessou o vidro, mas eu não vi. Eu emparelhei e coloquei a minha janela paralela ao carona do carro do Anderson. Ele (Ronnie) já estava com o vidro aberto e eu só escutei a rajada e começou a cair umas cápsulas na minha cabeça e no meu pescoço. Eu nem vi se acertou alguém, se não acertou", completou.
Aos policiais, Queiroz contou que, após a morte de Marielle e Anderson, ele e Lessa foram com o carro utilizado no crime até a rua onde fica o condomínio da mãe de Ronnie, no Méier, Zona Norte do Rio. No local, encontraram com Denis Lessa, irmão do acusado, que ficou com a bolsa onde estava a arma usada. Posteriormente, eles entraram em um táxi, pedido por Denis, para a Barra da Tijuca, na Zona Oeste, onde foram até um bar para beber.
Ainda de acordo com o documento, Élcio afirma ter sido informado sobre a morte do motorista somente no local. "Ficava toda hora aparecendo a chamada na televisão. Eu perguntei ao garçom, e ele falou que foi um homicídio de uma vereadora, mas falou por alto. Não tinha som porque estava tendo jogo. De vez em quando chamava, até que em um momento ele disse: 'morreram duas pessoas no local'... aí eu falei: 'que m...", continuou o réu.
"O vidro estava fechado, eu nem vi o rosto dele. Não sei se o meu vidro era muito escuro, pode ser que o disparo atravessou o vidro, mas eu não vi. Eu emparelhei e coloquei a minha janela paralela ao carona do carro do Anderson. Ele (Ronnie) já estava com o vidro aberto e eu só escutei a rajada e começou a cair umas cápsulas na minha cabeça e no meu pescoço. Eu nem vi se acertou alguém, se não acertou", completou.
Mentiras motivaram delação
A delação premiada que ocorreu no caso do assassinato da vereadora Marielle Franco foi motivada por uma mentira contada por Ronnie Lessa a Élcio de Queiroz. De acordo com Élcio, o amigo teria afirmado que não havia feito pesquisas na internet sobre Marielle. Ambos teriam medo de que isso poderia fazer a Polícia chegar aos assassinos.
No entanto, Ronnie Lessa fez buscas em um site de crédito para obter dados do CPF de Marielle Franco e da filha da parlamentar e utilizou um buscador privado para conseguir o endereço da vítima. A informação foi confirmada por agentes do Ministério Público do Rio de Janeiro e da Polícia Federal, durante coletiva de imprensa nesta segunda-feira (24) na Superintendência da PF, na Praça Mauá.
Operação após delação
A delação desencadeou, na manhã desta segunda, a Operação Élpis, primeira fase da investigação que apura os homicídios da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, além da tentativa de homicídio da assessora Fernanda Chaves.
Foram cumpridos um mandado de prisão preventiva contra Maxwell e seis mandados de busca e apreensão, na cidade do Rio de Janeiro e em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Na casa do ex-bombeiro foram apreendidas armas de fogo. Junto com Ronnie Lessa, Suel mantinha a família de Élcio e ajudava a pagar a defesa no processo. O dinheiro, segundo os investigadores, vinha de atividades ilícitas da milícia.
Foram cumpridos um mandado de prisão preventiva contra Maxwell e seis mandados de busca e apreensão, na cidade do Rio de Janeiro e em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Na casa do ex-bombeiro foram apreendidas armas de fogo. Junto com Ronnie Lessa, Suel mantinha a família de Élcio e ajudava a pagar a defesa no processo. O dinheiro, segundo os investigadores, vinha de atividades ilícitas da milícia.
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