Motociclista morto por linha chilena na Linha Amarela é sepultado na quinta-feira (3), no Cemitério de Campo GrandeMarcos Porto/ Agência O Dia
Publicado 03/08/2023 16:21
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Rio - Familiares e amigos do motociclista Fabrício da Costa Barros, de 25 anos, chegaram ao sepultamento do jovem, na tarde desta quinta-feira (3), em carreata que saiu da Colônia Juliano Moreira, em Jacarepaguá, em direção ao Cemitério de Campo Grande, na Zona Oeste do Rio. Abalados com a morte trágica de Fabrício, o cortejo foi marcado por lágrimas justamente no dia em que o rapaz completaria 26 anos. 
O motociclista morreu após ter o pescoço cortado por uma linha chilena enquanto passava pela Linha Amarela, na altura do bairro Água Santa, sentido Fundão, na Zona Norte, na terça-feira passada (1º). A vítima carregava uma passageira, que sofreu um pequeno corte no pescoço e torceu o tornozelo. A mulher já recebeu alta.
Momentos antes do cortejo, a mãe de Fabrício, Simone da Costa, fez um pedido para que as pessoas parassem de fazer uso da linha chilena. "Que em todas as estradas isso seja proibido. Infelizmente eles pensam que não, mas eles tiram vidas, eles estão matando. Para matar pessoas não precisa só de faca, essa linha também mata e acaba com uma família", disse Simone, chorando copiosamente.
A mãe da vítima também compartilhou os planos do filho para comemorar os 26 anos de vida. "Ele só queria uma festa de aniversário. Ele me disse que ia trabalhar de dia para fazer dinheiro, pois ia fazer uma festinha junto com um amigo hoje", disse.
O pai do jovem, Wagner da Costa, mencionou um projeto que vai iniciar com o objetivo de conscientizar a venda e o uso da linha chilena no Rio de Janeiro. "O nome do projeto é 'Fabrício, não linha chilena', vamos fazer uma campanha contra essa linha maldita", disse. Wagner também mandou um recado para as pessoas que fazem uso da linha: "Você que está soltando pipa, você não está só se divertindo, você está tirando vidas. Você que vende isso, começa a mudar porque isso matou uma família. Hoje meu filho poderia estar aqui, mas ele morreu trabalhando".
O uso e venda de cerol, linha chilena ou qualquer tipo de linha cortante são crimes previstos nos artigos 129, 132 e 278 do Código Penal Brasileiro. Além disso, desde 2019, uma lei estadual proíbe a venda, uso, porte e posse de linha chilena, bem como de cerol e qualquer produto utilizado para soltar pipas que tenha elementos cortantes. Em caso de descumprimento, pode ser aplicada multa, podendo ter o valor dobrado, se houver reincidência. Se o infrator for menor de idade, a penalidade deve ser atribuída ao responsável legal. Já estabelecimentos flagrados ou denunciados, além da autuação, ainda podem ser fechados, caso voltem a praticar o crime.
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