Amanda da Silva, de 17 anos, e a bebê morreram no Hospital Estadual Azevedo Lima Divulgação
Publicado 11/08/2023 21:23 | Atualizado 11/08/2023 21:24
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Rio - A família da adolescente grávida Amanda Rocha da Silva, de 17 anos, que morreu na maternidade do Hospital Estadual Azevedo Lima, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio, pede celeridade da Polícia Civil para investigar uma possível negligência da unidade. A jovem estava grávida de oito meses e morreu após uma tentativa dos médicos de retardar o nascimento do bebê. Mãe e filho morreram na madrugada do dia 30 de julho. O caso está sendo investigado pela 78ª DP (Fonseca).
A mãe de Amanda, Vaneide Santana Rocha, diz que a filha agonizou no leito da unidade por quatro horas e que ela começou a passar muito mal após uma série de medicações injetáveis. Ainda de acordo com ela, a unidade não tinha respirador e, por isso, os médicos teriam improvisado o equipamento usando uma luva de látex e uma mangueira para fazer balão de ar. Em depoimento à Polícia Civil, Vaneide afirmou que mesmo com muita dor, os médicos não optaram por fazer a cesariana a tempo.
Defesa da família aponta mais irregularidades
A advogada da família de Amanda, Tayanna Campello, também denuncia o fato de uma funcionária do Azevedo Lima se apresentar na 76ª DP (Niterói) para registrar a morte de Amanda no dia do ocorrido. De acordo com o depoimento da funcionária, ao qual a defesa da família da vítima teve acesso, a profissional alegou que a morte de Amanda se deu após a mesma passar por cirurgia de cesariana. "Na realidade, tal procedimento só foi realizado quando a jovem já estava morta. Ao ser tirado do ventre da jovem, o bebê já havia falecido encontrava-se roxo", disse a advogada Tayanna.
A defesa ainda ressaltou a demora para a retirada do cadáver do leito de hospital. "Mesmo após essa série de negligência, o cadáver de Amanda, falecida por volta das três horas da madrugada, permaneceu no leito, no mesmo local, sem refrigeração por muitas horas, o que causou a deterioração do corpo e impediu a realização de um velório digno, pois seu caixão teve de permanecer integralmente fechado", explicou.
"Toda a família está em choque, pois Amanda teve uma gestação tranquila, sem risco, não possuía
comorbidades ou doenças preexistentes. Todos os fatos já estão sendo apurados perante a 78ª
Delegacia de Polícia de Niterói e a família deixou muito claro que a morte de Amanda e sua bebê
não terá sido em vão. Os responsáveis precisam ser responsabilizados. A justiça será feita", afirmou Tayanna.
Amanda foi sepultada no dia 31 de julho, no Cemitério Parque da Paz, em São Gonçalo. Procurada, a Polícia Civil ainda não respondeu sobre o andamento das investigações.
O que diz a Secretaria de Saúde
Em nota enviada um dia depois da morte, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) informou que a Fundação Saúde, que administra o Hospital Estadual Azevedo Lima, disse que "a paciente de 17 anos deu entrada no hospital com 3 centímetros de dilatação e o bebê com menos de 30 semanas de gestação. Devido à prematuridade, a equipe médica adotou o protocolo para tentar manter o bebê na barriga e, assim, estimular a maturidade do feto".
Ainda de acordo com a SES, "[Amanda] vinha sendo monitorada pela equipe médica e a família informada sobre todos os procedimentos adotados. Porém, infelizmente, ela começou a apresentar taquicardia. Foram feitas manobras para reanimação cardio-pulmonar, mas a paciente sofreu uma parada cardiorrespiratória.

A Fundação Saúde disse que se solidariza com a família e se comprometeu, diante das denúncias, em apurar detalhes do caso, e, se necessário, abrir sindicância para avaliar conduta médica.
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