Publicado 06/09/2023 11:20
Rio - Um vídeo obtido pela Polícia Civil mostra o momento em que o porteiro Gilmar José Agostini assiste às agressões cometidas pelo estudante de medicina Yuri de Moura Alexandre contra o ator Victor Meyniel na portaria de um prédio na Rua Siqueira Campos, em Copacabana, na Zona Sul do Rio. O funcionário foi autuado por omissão de socorro.
Logo após o espancamento, o porteiro ainda aparece tomando café e observando Victor caído no chão, apenas depois de mais de dois minutos que ele decide ajudar a vítima a levantar.
Segundo Ricardo Brajterman, advogado do ator, Victor e o Yuri se conheceram na noite de sexta-feira (1º), na boate SubStation, e, após a festa, se dirigiram para o apartamento do agressor. No dia seguinte, pela manhã, quando o ator se despediu de Yuri na portaria do prédio, a sexualidade do agressor foi revelada ao porteiro do edifício.
"Tudo leva a crer ali naquela dinâmica que, quando o Yuri teve sua sexualidade revelada na frente do porteiro, ele teria ficado alterado dessa forma. E toda a agressão não é protegida pelo porteiro. Ele assiste a tudo completamente inerte e omisso. A delegada foi ao local e falou com o Yuri, que confessou as agressões e se disse médico da aeronáutica. Então, a delegada pediu para que ele ligasse para seu superior. Foi aí que ele desmentiu, falou que não era verdade. Assim ele foi preso por agressão e falsidade ideológica", explicou Brajterman.
Yuri também responde pelo crime de injúria por preconceito. Na segunda (4), a Justiça do Rio converteu em preventiva a prisão devido à gravidade da violência praticada pelo réu.
Síndico defende porteiro
O síndico do prédio onde o ator Victor Meyniel foi agredido prestou depoimento nesta terça-feira (5) e defendeu o porteiro Gilmar José Agostini autuado por omissão de socorro. Na delegacia, Marcos de Carvalho Abrantes contou que administra o local há 30 anos e que não conhecia o agressor.
No depoimento, ele descreveu o porteiro como uma pessoa simplória, que tem medo das coisas, diabético e que cuida do irmão que está internado, e que por isso acredita que Gilmar não interveio.
O síndico explicou também que no dia das agressões, que ocorreram no último sábado (2), ele estava em sua residência quando Gilmar interfonou informando que estava tendo uma briga na portaria. Em seguida, ele colocou uma roupa e desceu para ver o que estava acontecendo, e ao chegar observou a vítima agredida com o rosto machucado.
Marcos complementou que orientou a vítima a procurar a delegacia para prestar queixa e ressaltou que não presenciou as agressões, mas que chamou a Polícia Militar. Ele disse que o porteiro foi quem informou que Yuri foi o autor das agressões.
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