Velório de menino de 13 anos, morto na Cidade de Deus, aconteceu na Igreja Evangélica Congregacional da comunidadePedro Ivo/Agência O Dia
Publicado 06/09/2023 16:28
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Rio - A Polícia Civil prendeu, nesta quarta-feira (6), quatro policiais militares denunciados pela morte do adolescente T.M.F, de 13 anos, na Cidade de Deus, na Zona Oeste do Rio. O jovem foi baleado no dia 7 de agosto deste ano, durante uma operação da Polícia Militar na comunidade. De acordo com a denúncia do Ministério Público do Rio (MPRJ), os policiais Roni Cordeiro de Lima, Diego Pereira Leal, Aslan Wagner Ribeiro de Faria e Silvio Gomes dos Santos cometeram o crime de fraude ao apresentar uma pistola e munição que, segundo eles, estariam com o adolescente.

Já o policial Diego Geraldo de Souza foi denunciado por prevaricação e fraude processual por omissão, tendo sido afastado da função pública. Segundo a denúncia, "ele omitiu-se diante do dever de vigilância sobre seus comandados, autorizando que eles atuassem de modo irregular na localidade, utilizando veículos e drones particulares durante a operação". A prisão dos PMs foi decretada pelo Juízo da Auditoria de Justiça Militar, que recebeu a denúncia do MPRJ. Os policiais estão presos preventivamente.
De acordo com o MPRJ, o órgão vai seguir acompanhando a investigação do caso, que está sendo conduzido pela Promotoria de Justiça de Investigação Penal e pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC).
Relembre o caso
T.M.F, de 13 anos, foi baleado por policiais do Batalhão de Polícia de Choque (BPChq) durante uma operação, na madrugada do dia 7 de agosto, na Cidade de Deus, Zona Oeste do Rio. Segundo o pintor Hamilton Menezes, tio do rapaz, a família teve acesso a uma câmera de segurança da região, cujas imagens mostrariam o momento em que um policial do BPChq atira contra o jovem. "Ele estava passeando de moto com um amigo em uma das ruas da Cidade de Deus, onde foram abordados já a tiros. Uma bala pegou na perna do jovem e ele caiu. [Pelas imagens], dá para ver o T. M F. no chão, ainda vivo, e o policial vai lá e acaba de executar".
Além da Polícia Civil, que investiga o caso, a Polícia Militar instaurou um procedimento para averiguar as circunstâncias da morte do adolescente. Um dia depois da morte do jovem, a PM retirou do ar uma postagem que criminalizava o menino. A exclusão aconteceu após a Defensoria Pública do Rio (DPRJ) entrar com uma ação judicial. Segundo a PM, a postagem no Twitter oficial da corporação é feita a partir das informações preliminares passadas pelos policiais que participaram da ação.
No entanto, o comando da corporação decidiu retirar a publicação, pois entendeu que o caso está sob análise e investigação. O post, feito às 5h44 do dia 7 de agosto afirmava que "um criminoso [havia ficado] ferido ao entrar em confronto". Mais de um milhão de pessoas viram a postagem.
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