29ª edição do Grito dos Excluídos, tradicionalmente realizado no feriado de 7 de setembro Divulgação
Publicado 07/09/2023 13:23
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Rio- Dezenas de pessoas se reuniram, na manhã desta quinta-feira (7), na Uruguaiana, no Centro do Rio, para participar da 29ª edição do Grito dos Excluídos, tradicionalmente realizado no feriado de 7 de setembro desde 1995. Neste ano, mães que perderam os filhos para a violência do estado do Rio estiveram na linha de frente do ato, levantando cartazes com mensagens de "Lute como uma mãe", "Mães de vítimas em luta" e "Pelo fim da violência policial e de estado". Mulheres das comunidades da Rocinha, na Zona Sul do Rio, de Manguinhos e da Maré, na Zona Norte, marcaram presença. 
A cada ano, o grupo escolhe um tema para estar no centro do debate dos atos e neste ano chegam com a pergunta: "Você tem fome e sede de quê?". Outras lutas também ganharam espaço no ato, que começou às 9h, na esquina da Avenida Presidente Vargas com a rua Uruguaiana, em direção à Praça Mauá. 
Manifestantes em geral, sindicatos, movimentos sociais e políticos também levantaram bandeiras pedindo pelo fim da violência no estado, da fome, da desigualdade social e pelas péssimas condições de moradia, saúde e educação. 
"Essa data marca não somente o desfile cívico, mas também marca a luta por moradia, dignidade, respeito, a luta por comida no prato, democracia e justiça social. Hoje é o dia que as pessoas estão em busca dessas oportunidades. É isso que a gente quer para o nosso país, um Brasil que realmente seja de todos. Cabe não somente ao governo, mas também a sociedade se mobilizar e lutar por isso", disse a presidente da Federação das Trabalhadoras e dos Trabalhadores no Ramo Financeiro do Rio de Janeiro (Federa-RJ) e vice- presidente da CUT, Adriana da Silva Nalesso.
O Grito dos Excluídos aconteceu a poucos metros do local onde estava sendo realizado o desfile cívico-militar. A tradicional celebração voltou à Avenida Presidente Vargas, no Centro do Rio, nesta quinta-feira (7), após dois anos de celebração suspensa por conta da pandemia da Covid-19 e do bicentenário da Independência, que foi comemorado em Copacabana, na Zona Sul do Rio.
Ato também aconteceu em São Paulo
O Grito dos Excluídos também reuniu manifestantes em São Paulo, nesta quinta-feira (7). O ato se concentrou na Praça Oswaldo Cruz e seguiram em marcha para o Parque Ibirapuera, perfazendo um trajeto de cerca de 3 km.

Ainda na concentração, uma liderança mencionou, ao microfone, durante seu discurso, que o protesto deixou de ser feito nos últimos dois anos. O motivo, enfatizou, foi "a violência, a intimidação", sugerindo que o clima de animosidade contra os movimentos populares foi estimulado pelo governo de Jair Bolsonaro.
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