Publicado 15/09/2023 20:21
Rio - A Polícia Rodoviária Federal (PRF) entregou, nesta sexta-feira (15), as armas dos agentes investigados pelo tiro contra a menina H. dos S. S., de 3 anos, no Arco Metropolitano, para uma perícia da Polícia Federal. Os três policiais envolvidos na ocorrência estão afastados e também são investigados pelo Ministério Público Federal (MPF).
Na última sexta-feira (8), o agente que atirou contra o veículo onde a menina estava disse, em depoimento realizado na 48ª DP (Seropédica), que realizou a ação porque ouviu tiros vindos da direção do carro. Ele contou que começou uma perseguição junto com outros dois colegas no Arco Metropolitano, altura de Seropédica, na Baixada Fluminense, após constatar que o carro era produto de um roubo.
O policial contou ainda que, depois de 10 segundos atrás do veículo, o trio escutou um som de disparo de arma de fogo, chegando a se abaixar dentro da viatura. Ele achou que o barulho vinha do veículo onde a criança estava junto com a família. O agente admitiu ter atirado três vezes com um fuzil calibre 556 na direção do carro.
O policial contou ainda que, depois de 10 segundos atrás do veículo, o trio escutou um som de disparo de arma de fogo, chegando a se abaixar dentro da viatura. Ele achou que o barulho vinha do veículo onde a criança estava junto com a família. O agente admitiu ter atirado três vezes com um fuzil calibre 556 na direção do carro.
Nesta segunda-feira (11) o pai da menina, William da Silva, prestou depoimento no MPF e confirmou sua versão dada no dia do crime. Segundo ele, na quinta-feira (7), por volta das 20h, a família voltava da casa dos avós da vítima, em Itaguaí, também na Baixada, quando passou por uma viatura, em um cruzamento na entrada de Seropédica. William diz que não houve ordem de parada, mas os agentes começaram a seguir e a ficar muito próximos de seu carro. Ele decidiu então estacionar no acostamento e, quando já quase parado, os agentes atiraram quatro vezes.
Sobre a acusação de carro roubado, o pai da menina disse que adquiriu o veículo há dois meses e que os documentos ainda estão no nome do antigo proprietário. Em sua defesa, William afirmou que o vendedor apresentou o recibo de compra e venda do veículo (CRV) durante a negociação e mostrou uma consulta da placa no sistema do Detran.
O caso está sob investigação da Delegacia de Polícia Federal de Nova Iguaçu. O MPF, que abriu uma investigação própria, apura crime de lesão corporal ou tentativa de homicídio qualificada pela idade da vítima, sem prejuízo de outras condutas criminosas verificadas no curso das apurações.
Estado gravíssimo
H. dos S. S. deu entrada no Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes (HMAPN), em Duque de Caxias, na última sexta-feira (8), vítima de perfurações por arma de fogo com lesão no couro cabeludo e na cervical. Ao chegar na unidade, ela foi avaliada pela cirurgia pediátrica, neurocirurgia e pediatria, sendo encaminhada para o centro cirúrgico, onde passou por um procedimento.
Desde então, a menina segue entubada no Centro de Terapia Intensiva (CTI) do hospital com estado de saúde gravíssimo. Segundo a Prefeitura de Duque de Caxias, a criança sofreu uma parada cardiorrespiratória na madrugada desta quinta-feira (14) que foi revertida depois de seis minutos.
Leia mais
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.