Ministro da Justiça demite delegado da PF suspeito de receber propina de empresários

Rio - O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, demitiu o delegado da Polícia Federal Wallace Fernando Noble. Ele foi preso em uma operação da PF em 2020 por receber propina, de R$ 5 mil por mês, e em troca protegia empresários da área da saúde investigados pela corporação no Rio. A decisão do ministro foi publicada no Diário Oficial da União, na última sexta-feira (22).

De acordo com a denúncia do Ministério Público Federal, na época, o delegado recebia pagamentos mensais de propina para que ampliasse a proteção concedida, buscasse informações antecipadamente sobre operações policiais ou investigações de interesse dos empresários. 

Na ocasião, também foram denunciados o delegado da PF Lorenzo Martins Pompilio da Hora e os empresários Marcelo Freitas Lopes, Durival de Farias, Dulcinara de Farias, Victor Duque Estrada Zeitune e Marcelo Guimarães. Todos foram acusados pelos crimes de corrupção ativa, passiva e organização criminosa. Advogados apontados como intermediários das cobranças também foram alvos da força-tarefa.

As investigações mostraram que as vantagens indevidas recebidas pelos integrantes giraram em torno de R$ 10 milhões, sendo que os fatos criminosos envolvem pagamentos de propina de cerca R$ 4,3 milhões de mais 11 empresários que eram investigados.

Esta foi segunda demissão de Wallace Fernando Noble neste ano. A primeira ocorreu em maio, também devido às acusações de corrupção. A decisão do ministro impede que ele volte a atuar na PF caso a primeira demissão seja revertida por decisão judicial.

Procurada pelo DIA, a Polícia Federal não se pronunciou. O espaço está aberto para manifestações.