Polícia Federal - Arquivo/Agência Brasil
Polícia FederalArquivo/Agência Brasil
Por O Dia
Rio - A Polícia Federal do Rio de Janeiro e o Ministério Público Federal (MPF) prenderam nesta quinta-feira dois suspeitos na 2ª fase da "Operação Tergiversação". O delegado da corporação Wallace Noble e um empresário, presos na ação, são suspeitos de corrupção dentro da própria PF. 
A ação desta quinta-feira mira empresários suspeitos de pagar propina para policiais e servidores em troca de proteção em investigações na PF. Advogados apontados como intermediários das cobranças de vantagens indevidas também são alvos da força-tarefa.
Publicidade
Na primeira fase da operação, a PF desarticulou  uma organização criminosa suspeita de corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica, organização criminosa e obstrução à Justiça.
Nesta segunda fase, as investigações, a partir das quebras de sigilo, do material colhido nas buscas e apreensões e de dois acordos de colaboração premiada, mostraram que as vantagens indevidas recebidas pelos integrantes da organização criminosa e reveladas ate o momento giraram em torno de R$ 10 milhões, sendo que os fatos criminosos objeto desta segunda fase envolvem pagamentos de propina de cerca R$ 4,3 milhões de mais 11 empresários que eram investigados nas Operações Titanium e Viupostalis/Recomeço.

As apurações revelaram, segundo o MPF, e a PF ainda que os integrantes da organização criminosa chegaram a cooptar colaboradores da Operação Titanium, oferecendo auxilio financeiro para que esses os protegessem naquela investigação, omitindo as informações que detinham acerca da participação dos empresários nas fraudes envolvendo a Gerência de Saúde dos Correios.

Ainda de acordo com as investigações, foi identificada a participação de dois advogados que integravam a organização criminosa, se dedicando a buscar oportunidades para a cobrança de vantagens indevidas dos investigados e potenciais investigados nas apurações conduzidas no Núcleo de Repressão a Crimes Postais, inclusive de seus clientes, para que fossem protegidos nas investigações, sendo que os valores de propina pagos pelos empresários eram normalmente partilhados em partes iguais entre os agentes públicos e os intermediários, incluindo os advogados que atuavam no esquema.

Após os pagamentos de vantagens indevidas, alguns empresários mantiveram contato com os delegados de Policia Federal, chegando a realizar pagamentos mensais de propina aos delegados para que estes ampliassem a proteção concedida, buscando informações antecipadamente sobre operações policiais ou investigações que pudessem alcançar os seus novos “empregadores” e intercedendo junto a outros delegados que presidissem investigações de interesse dos empresários.



Publicidade