Publicado 12/10/2023 15:35
Rio - O cabo da Polícia Militar Thiago dos Santos Reglo, morto a tiros nesta quarta-feira (11) quando estava de folga no Centro de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, foi condecorado pela Câmara de Vereadores do Rio em duas oportunidades por conta da sua atuação pela corporação.
Em novembro do ano passado, o então vereador e atual deputado federal Luciano Vieira pediu uma moção à Casa em homenagem ao PM. Na justificativa, Viera destacou que Thiago sempre agiu com coragem na busca de cumprir o seu dever como policial.
"Em reconhecimento ao ilustre e honrado Policial Militar do Estado do Rio de Janeiro, sempre com coragem na busca pelo cumprimento do dever, não conhecendo fronteiras para fazer valer a força maior da Lei e a defesa dos cidadãos do Rio de Janeiro. Desta forma, a Cidade do Rio de Janeiro, representada por seu Poder Legislativo, verdadeiro signatário dos anseios democráticos da sua sociedade, realiza essa homenagem", escreveu.
Já em 2020, foi a vez do então vereador Major Elitusalem realizar uma homenagem ao agente, lotado no 41º BPM (Irajá). Segundo o ex-parlamentar, Thiago contribuía para a construção de uma sociedade mais justa devido ao se trabalho na PM.
"A homenagem ora prestada é o reconhecimento da relevância de sua contribuição para a construção de uma sociedade mais justa e digna para a nossa cidade. Pelos relevantes serviços prestados, contribuindo com a ordem e garantia dos direitos de todo cidadão brasileiro. Uma das qualidades do ser humano é a capacidade de adaptação a situações adversas e a realização de tarefas de forma eficiente. O homenageado é Policial Militar do Estado do Rio de Janeiro e desempenha as funções que lhe são atribuídas com competência, profissionalismo e elevado espírito público. Por sua história de compromisso na prestação de serviços à população carioca, a Câmara Municipal do Rio de Janeiro aprovou a presente proposição e a chancelou reconhecendo e registrando para a posteridade, o nome do CB REGLO como símbolo de respeito e admiração que muito nos honra laurear", destacou.
Morte um dia depois de operação
A morte de Thiago aconteceu um dia depois do agente participar de uma ação pontual na comunidade Az de Ouro, em Anchieta, na Zona Norte do Rio, que terminou com a prisão de sete suspeitos, sendo um deles baleado após confronto. A região faz divisa com a cidade de Nilópolis, também na Baixada Fluminense.
Na ocasião, agentes do 41º BPM estiveram em patrulhamento pela comunidade na terça-feira (10). No local, eles entraram em confronto com um grupo de criminosos. Sete homens foram presos, incluindo um apontado como chefe da comunidade. Quatro fuzis, granadas e rádios comunicadores foram apreendidos.
Um dos suspeitos foi baleado. Ele, que não teve a identidade revelada, foi socorrido e encaminhado para um hospital da região. Não há informação sobre seu estado de saúde.
A comunidade Az de Ouro já registrou diversos confrontos entre facções rivais pelo controle territorial nos últimos meses. A guerra seria uma tentativa de retomada da região, dominada atualmente por criminosos do Comando Vermelho (CV), por bandidos do Terceiro Comando Puro (TCP). Por causa da situação, o prefeito de Nilópolis, Abraãozinho (PL), solicitou reforço do 20º BPM (Mesquita) na segurança de bairros próximos à comunidade.
Segundo relatos nas redes sociais, criminosos estariam impondo toque de recolher para moradores. Em vídeos compartilhados no início deste mês, é possível ver suspeitos vestidos de preto correndo em ruas residenciais na comunidade e atirando contra rivais. Um dos registros mostra homens gritando "É a tropa do Urso", em referência ao bando do traficante Edgar Alves de Andrade, o Doca ou Urso, apontado como chefe do CV na Vila Cruzeiro, dentro do Complexo da Penha, na Zona Norte do Rio.
Homicídio
Thiago foi morto a tiros na tarde desta quarta-feira (11) quando passava de moto no viaduto Paulo Lins, no Centro de Duque de Caxias. Ele foi atingido por, ao menos, três tiros.
Os criminosos fugiram sem levar pertences do PM, que estava com sua arma e dinheiro dentro de uma mochila. Segundo a Polícia Militar, agentes do 15º BPM (Duque de Caxias) foram acionados para o local por policiais do Programa Segurança Presente e constaram que a vítima era um policial militar.
A área foi isolada para realização de uma perícia da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF). Questionada, a Polícia Civil informou que as investigações seguem em andamento para apurar a autoria do crime.
De acordo com o Instituto Fogo Cruzado, Thiago foi o 113º agente de segurança baleado no Grande Rio neste ano. Destes, 51 morreram.
O cabo estava na corporação há 11 anos. Ele deixa a mulher e um filho. Ainda não há informações sobre quando e onde será realizado o sepultamento do policial.
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