Publicado 13/10/2023 15:06 | Atualizado 13/10/2023 16:49
Rio - Moradores da Barreira do Vasco em São Cristóvão, na Zona Norte do Rio, homenagearam Ruan Limão do Nascimento, de 27 anos, que morreu em maio do ano passado após ser baleado na comunidade. Em memória do jovem, a Associação de Moradores decidiu dar o nome de Ruan à uma travessa na localidade. A placa foi colocada na manhã desta sexta-feira (13).
Bianca Limão, mãe do jovem, ficou feliz com a homenagem, no entanto, a dor motivada pelo luto e pela demora na punição dos envolvidos continua presente. "Eu fiquei muito feliz em ver que ele era querido e muito amado, eu não tinha noção da quantidade de amigos que ele tinha. Foi lindo demais, mas nada vai trazer meu filho de volta e a gente continua buscando respostas, meu filho era inocente e especial e foi morto desse forma. Ele só tinha tamanho, mas tinha jeito de uma criança envolvente e desde então, o barulho acabou, ficou tudo vazio", contou ao DIA.
O objetivo da Associação de Moradores é manter a memória de Ruan viva dentro da comunidade, onde era muito amado. "A inauguração da travessa foi apenas uma singela homenagem a um rapaz jovem que tinha uma vida inteira pela frente. A gente sabe que nunca vai poder reparar o que aconteceu, mas é uma forma de manter ele vivo aqui na comunidade, de forma eternizada e de coração. Ruan era um menino bom, falava com tudo mundo, brincava, dançava, era um menino muito puro", explicou Vinícius Brito, vice-presidente da associação.
Ruan, que tinha deficiência intelectual, foi atingido nas costas por um tiro de fuzil enquanto esperava para cortar o cabelo, no dia 6 de maio do ano passado. O rapaz chegou a ser socorrido por policiais militares para o Hospital Souza Aguiar, no Centro, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. A família acusa os PMs pela morte.
Na ocasião, a corporação confirmou a presença de agentes no local e informou que eles investigavam uma denúncia de venda ilegal de cobre, quando foram atacados por criminosos e revidaram. Os PMs foram afastados e tiveram as armas recolhidas para perícia.
A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) é responsável pelo caso. No entanto, depois de mais de um ano do crime, não houve punições. Procurada pelo DIA, a Polícia Civil não se pronunciou. O espaço está aberto para manifestações.
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