Publicado 26/10/2023 15:45
Rio - Marcelo de Luna Silva, de 34 anos, vulgo 'Bokinha', chefe da milícia em Pedra de Guaratiba, na Zona Oeste, foi baleado durante confronto com policiais civis na tarde desta quinta-feira (26). O segurança de Marcelo, não identificado, também foi baleado. A dupla foi socorrida e levada para o Hospital Municipal Pedro II, em Santa Cruz. O estado de saúde de Marcelo é considerado estável. Não há informações sobre o estado de saúde do segurança.
Segundo a Polícia Civil, agentes da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e do Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Draco) realizavam uma operação para confirmar informações de inteligência em Guaratiba sobre integrantes da milícia de Luís Antônio da Silva Braga, o 'Zinho'.
Após a troca de tiros ainda era possível ver as marcas deixadas pelo confronto entre milicianos e policiais. Paredes e portões de moradores foram atingidos pelos disparos. Cápsulas de balas também ficaram jogadas pelo chão.
Às 15h26, momentos depois da operação em Pedra de Guaratiba, o Centro de Operações Rio informou que o Corpo de Bombeiros foi acionado para verificar um incêndio em um carro na Rua Sumuru, em Pedra de Guaratiba. De acordo com a corporação dos bombeiros, o veículo pegou fogo durante a ocorrência policial que terminou com dois milicianos baleados.
'Bokinha' é conhecido como um dos homens de confiança de Zinho e era responsável por comandar a organização criminosa nas áreas de Sepetiba e Guaratiba. A Justiça do Rio pediu a prisão preventiva do miliciano no último dia 11. Ele e mais três criminosos, incluindo Zinho e Rui Paulo Gonçalves Estevão, o Pipico, apontado como sucessor de 'Faustão', respondem pela morte,destruição e ocultação do cadáver de uma vítima, assassinada pelos milicianos.
Esta é a segunda perda importante, em menos de uma semana, para a milícia de Zinho. Na segunda-feira (23), Matheus da Silva Rezende, o 'Faustão', sobrinho de Zinho, morreu durante confronto com policiais civis na comunidade Três Pontes, em Santa Cruz.
Na ocasião, 35 ônibus e um trem foram queimados em vários pontos da cidade do Rio em represália. Segundo a Rio ônibus, foi o dia que o Rio teve mais coletivos incendiados em toda a história.
Quem era 'Faustão'
'Faustão' era considerado o 'homem de guerra' da milícia do tio, o Zinho. Matheus era responsável por cuidar dos armamentos usados pelos criminosos e também desempenhava o papel de elo entre o tráfico e a milícia.
De acordo com as investigações da Polícia Civil, ele estava sendo treinado para ocupar o lugar de Zinho. 'Faustão' estava foragido e foi denunciado pelo Ministério Público do Rio (MPRJ) pela morte do ex-vereador Jerônimo Guimarães Filho, o Jerominho, e seu cunhado Maurício Raul Attalah, em agosto de 2022, na Estrada Guando Sapé, em Campo Grande.
Quem é 'Zinho'
Antes de se tornar líder da milícia que domina a área da Zona Oeste do Rio, Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, integrou a organização ao ficar encarregado da contabilidade e contagem de dinheiro. Em 2021, após a morte de seu irmão, Wellington da Silva Braga, o Ecko, Zinho assumiu o posto de chefe do grupo.
Wellington foi um dos responsáveis por expandir os domínios da organização fundada por outro irmão, Carlos Alexandre Braga, o Carlinhos Três Pontes, que morreu em 2017. Ambos faleceram após confrontos com policiais.
Ao assumir a liderança do grupo, Zinho acabou rompendo com algumas alianças antigas. Um deles é Danilo Dias Lima, o Tandera, considerado seu principal rival atualmente. No passado, Zinho controlava boa parte da Zona Oeste do Rio e Tandera, áreas da Baixada Fluminense. Com o rompimento da aliança, os dois passaram a travar uma guerra sangrenta por territórios.
Wellington foi um dos responsáveis por expandir os domínios da organização fundada por outro irmão, Carlos Alexandre Braga, o Carlinhos Três Pontes, que morreu em 2017. Ambos faleceram após confrontos com policiais.
Ao assumir a liderança do grupo, Zinho acabou rompendo com algumas alianças antigas. Um deles é Danilo Dias Lima, o Tandera, considerado seu principal rival atualmente. No passado, Zinho controlava boa parte da Zona Oeste do Rio e Tandera, áreas da Baixada Fluminense. Com o rompimento da aliança, os dois passaram a travar uma guerra sangrenta por territórios.
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