Publicado 27/11/2023 19:59
Rio - O Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ) colheu, nesta segunda-feira (27), o depoimento de quatro pessoas que testemunharam a conduta dos policiais militares na operação que terminou na morte da jovem Kathlen Romeu em junho de 2021. As testemunhas, arroladas pela acusação, afirmaram que não houve confronto no momento dos disparos. A audiência começou por volta das 15h30 e terminou no início da noite.
Antes de a sessão começar, familiares e amigos da vítima realizaram um ato na entrada da sede do TJRJ, localizada na Avenida Erasmo Braga, no Centro do Rio. O grupo levou cartazes e faixas pedindo celeridade no andamento do processo e justiça pela morte de vítimas da violência no estado do Rio de Janeiro.
A versão apresentada pelas testemunhas foi semelhante às versões apresentadas na primeira audiência de julgamento do caso, realizada no fim de maio deste ano. Na ocasião, foram ouvidas nove testemunhas de acusação. A avó de Kathlen, Sayonara de Fátima Queiroz de Oliveira, que estava com a jovem no momento do crime, foi a primeira a prestar depoimento. Ela contou que estava passando com a neta na Rua Araújo, no Complexo do Lins. Disse que o local estava calmo, inclusive com crianças brincando na rua, quando ouviram barulhos de tiros. Nesse momento, Kathlen caiu no chão, atingida por um tiro. A avó aponta que houve abuso de poder por parte de um policial, que não queria deixá-la acompanhar a neta, levada por um blindado da PM ao hospital.
A mãe da jovem, Jackeline Oliveira, disse que, além da avó, outros moradores que testemunharam a tragédia afirmaram que não havia confronto entre traficantes e policiais no momento da morte. "Kathlen teve sua vida interrompida por homens de farda, que deveriam nos proteger. Isso é o retrato da covardia. Minha filha era muito querida, educada, estudiosa, saudável, feliz, linda! Ela era uma inspiração para outras meninas da comunidade. Hoje eu sou uma mãe sem filha, uma avó sem neto. Fui condenada eternamente à dor", desabafou.
Ainda em maio, o pai de Kethlen, Luciano dos Santos Gonçalves, relatou que recebeu, de um morador, um vídeo, gravado pelo celular, que mostra policiais recolhendo cartuchos no chão, após a tragédia. Esse vídeo está anexado ao processo.
Além dos familiares, também foram ouvidos policiais militares que estavam em patrulhamento na região no momento do crime. Eles disseram que, após escutar barulhos de tiros, se dirigiram ao local e já encontraram Kathlen caída. A segunda audiência aconteceu dois meses depois, no dia 7 de agosto.
A mãe da jovem, Jackeline Oliveira, disse que, além da avó, outros moradores que testemunharam a tragédia afirmaram que não havia confronto entre traficantes e policiais no momento da morte. "Kathlen teve sua vida interrompida por homens de farda, que deveriam nos proteger. Isso é o retrato da covardia. Minha filha era muito querida, educada, estudiosa, saudável, feliz, linda! Ela era uma inspiração para outras meninas da comunidade. Hoje eu sou uma mãe sem filha, uma avó sem neto. Fui condenada eternamente à dor", desabafou.
Ainda em maio, o pai de Kethlen, Luciano dos Santos Gonçalves, relatou que recebeu, de um morador, um vídeo, gravado pelo celular, que mostra policiais recolhendo cartuchos no chão, após a tragédia. Esse vídeo está anexado ao processo.
Além dos familiares, também foram ouvidos policiais militares que estavam em patrulhamento na região no momento do crime. Eles disseram que, após escutar barulhos de tiros, se dirigiram ao local e já encontraram Kathlen caída. A segunda audiência aconteceu dois meses depois, no dia 7 de agosto.
Relembre o caso
Em junho de 2021, a jovem Kathlen de Oliveira Romeu, de 24 anos e grávida de quatro meses, foi baleada durante uma ação policial de militares da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Complexo do Lins, na Zona Norte do Rio.
Os policiais militares, Marcos Felipe da Silva Salviano e Rodrigo Correia de Frias são acusados de terem sido os responsáveis pelos disparos. Além de réus por homicídio, eles respondem, junto com mais três PMs, por fraude processual, pois teriam alterado a cena do crime.
Os dois realizavam patrulhamento de rotina na área conhecida como Beco da 14, próximo à Rua Araújo Leitão, por onde a jovem passava com a avó. A dupla alega que houve troca de tiros com traficantes locais e a vítima acabou sendo atingida.
Os dois realizavam patrulhamento de rotina na área conhecida como Beco da 14, próximo à Rua Araújo Leitão, por onde a jovem passava com a avó. A dupla alega que houve troca de tiros com traficantes locais e a vítima acabou sendo atingida.
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