Publicado 30/11/2023 17:33
Rio - Moradores do bairro Prados Verdes, em Nova Iguaçu, relataram que a adutora que se rompeu e causou estragos na terça-feira (28) continuou vazando mesmo após o reparo feito pela Águas do Rio no dia seguinte. Na tarde desta quinta (30), uma equipe da concessionária retornou e conseguiu cessar o vazamento. Os moradores, no entanto, temem que a situação possa voltar a se agravar.
"Começou a fazer um barulho muito estranho, era muito barulho. Tenho medo de acontecer um novo acidente, moro com filha pequena e não tenho para onde ir. Estamos desesperados. A parede da minha casa rachou, perdi móveis, perdi tudo", disse Felipe Almeida, de 34 anos.
Claudio de Almeida, de 42 anos, contou que o vazamento diminui de intensidade após o reparo feito pela concessionária, mas a saída de água continuou assustando os moradores.
"Conseguiram consertar só agora, 14h de quinta-feira. Colocaram uma 'tampa' para segurar, mas a pressão ainda está baixa. Acho que deram jeito, mas quero ver quando aumentarem a pressão. Na terça, a água derrubou meu muro, levou meu portão", afirmou Claudio.
Em nota, a concessionária informou que, na quarta-feira (29), foi realizada a substituição do trecho deteriorado e a finalização do reparo. No entanto, as equipes identificaram a necessidade de novos ajustes em peças instaladas na tubulação, medida que foi concluída na tarde desta quinta-feira.
Ainda na quarta, o Ministério Público do Rio acionou a Águas do Rio pelo rompimento da adutora, que causou grandes transtornos e prejuízos aos moradores. De acordo com a 2ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Nova Iguaçu, o objetivo é instruir dois procedimentos: um sobre o diagnóstico do sistema para prevenir novos rompimentos na região e outro que trata ocupações irregulares em áreas de adutoras de abastecimento de água.
No ofício, a promotoria requer informações quanto a medidas previstas para diminuir os riscos de novos acidentes no local, uma vez concluído o diagnóstico com indicação das ações necessárias para manutenção, recuperação ou substituição das adutoras atualmente existentes.
Além disso, o documento pede a identificação da variação de vazão na adutora e acionamento de medidas preventivas a fim de minimizar riscos de novos rompimentos. A concessionária deverá também informar por quais razões não foi possível detectar o vazamento e fazer a manutenção corretiva.
O MPRJ também questiona a Águas do Rio sobre o risco de desabastecimento da população. Se confirmado, deverá ser indicado o tempo necessário para a normalização do fornecimento de água na região atingida. Com isso, em caso de desabastecimento, quais medidas podem ser adotadas para auxiliar os moradores afetados, considerando ser o acesso à água potável direito humano fundamental.
Por fim, a concessionária deve informar se foi possível identificar a causa do rompimento e se foi identificada a existência de construções edificadas irregularmente ao longo da faixa não edificante das adutoras.
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