Rio - Após rompimento de uma adutora que provocou um rastro de destruição no bairro de Prados Verdes, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, o cenário em trechos da Rua das Tulipas ainda é de muita lama. De acordo com acordo com a Águas do Rio, os reparos foram concluídos ainda na manhã desta quarta-feira (29). A previsão é de que o fornecimento de água seja normalizado ao longo do dia.
A adutora que rompeu fica dentro do quintal da casa de um dos moradores da região. O incidente aconteceu por volta das 4h desta terça-feira (28) e várias casas no entorno foram afetadas. Ainda segundo vizinhos, já havia vazamentos no local há cerca de dois meses.
Durante a manhã desta quarta (29), um morador do local há 16 anos, Carlos Suzano, que acompanhava o trabalho da concessionária comentou sobre susto e o alívio por ninguém ter se ferido. "Foi um terror para todos nós, mas graças a Deus estamos todos vivos, não morreu criança e nem ninguém. Só teve prejuízo material e isso a gente recupera. O cano já estava vazando, eles vinham aqui, tiravam foto e iam embora, sendo que ontem estourou. Foi um perigo! Há quase dois meses estava vazando água e ninguém resolvia", contou.
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Cerca de 120 profissionais da concessionária trabalharam no local desde o rompimento. Equipes operacionais atuaram no conserto da tubulação e profissionais da área de Responsabilidade Social da concessionária ainda prestam apoio aos moradores da região, na limpeza de ruas e casas atingidas e na distribuição de alimentação e água. Até o momento, oito famílias foram encaminhadas para um hotel.
Sobre indenizações, a concessionária está realizando os inventários das residências. Com essas informações e orçamentos definidos, os moradores impactados serão indenizados.
Para realizar o reparo, a Águas do Rio precisou reduzir o fornecimento de água dos municípios de Nilópolis e São João de Meriti, na Baixada Fluminense, e partes da Zona Norte da capital. Os bairros afetados são: Guadalupe; Marechal Hermes; Honório Gurgel; Rocha Miranda; Colégio; Vicente de Carvalho; Irajá; Vila Kosmos; Complexo Do Alemão; Engenho da Rainha; Engenho de Dentro; Manguinhos; Bonsucesso; Ramos; Del Castilho; Tomás Coelho; Cavalcante; Higienópolis; Jacarezinho; Jacaré; Ilha do Governador (Ressalva Cidade Universitária); Barros Filho; Coelho Neto; Acari; Pavuna e Parque Columbia.
Em relação aos vazamentos citados por moradores, a Águas do Rio informou que tratavam-se de vazamentos nas redes de abastecimento de pequeno porte, e não de vazamentos na adutora que abastece a região.
"Um rompimento em adutora gera uma pressão muito maior, causando danos como os que ocorreram nesta terça-feira (28). A causa do rompimento e a extensão do impacto da água nas casas no entorno estão sendo avaliadas, assim como o levantamento dos danos", disse em nota.
Já s Defesa Civil de Nova Iguaçu informou que finalizou ontem a vistoria em seis casas atingidas pelo rompimento da adutora da Águas do Rio no KM 32, constatando que elas tiveram apenas seus muros danificados. Seis famílias com dezessete pessoas saíram temporariamente de suas residências, mas já retornaram. Não há mais registro de feridos ou desabrigados.
Famílias prejudicadas
Ao DIA, uma das moradoras, Graziella Nascimento, 33 anos, relatou que sentiu sua casa tremer com a força da água. O telhado dela foi arrancado e alguns móveis foram perdidos. Apesar do susto, ninguém se feriu.
"Parecia um redemoinho, molhou tudo e a água veio escorrendo para o primeiro andar. Guarda roupa tá todo molhado, geladeira deu curto, a cama está molhada, o ventilador foi perdido, uniforme de escola, tênis, muita coisa… Fora o trauma que minha filha tá, ela olha pra casa e da vontade de chorar, ela só tem 7 anos. Meu tio é acamado, meu vizinho que veio desesperado me ajudar a colocar ele na cadeira de rodas pra gente conseguir sair de casa", contou.
Outro morador, Marlon Souza da Silva, 19 anos, disse que acordou com água caindo em seu rosto e que saiu pelos fundos com os irmãos, a mãe e o padrasto no momento do vazamento.
"Perdi tudo, cama, armário, geladeira, ventilador, telefone. Quando foi umas 4h teve um estrondo enorme, acordei com água jorrando na minha cara. Foi perda total, pegamos as crianças e saímos pela parte de trás da casa. Aqui a água não chegou a subir muito mas ali na frente está um caos", explicou.
O balconista Vinicius Soares Figueiredo, 38 anos, contu também que ele e a mulher também perderam quase tudo. "Foi na base de 4h/4h30, minha esposa acordou com um barulho na janela, a gente achou até que seria chuva, tempestade, porque tinha muita rajada de água e de vento. Quando eu fui lá fora, vi que não era chuva, mas que o cano tinha estourado. A água estava imensa, aí nesse momento começou a correria dentro de casa pra tentar salvar alguma coisa, mas não deu tempo, em cinco minutos a água já estava na cintura", contou.
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