Maxell Simões Corrêa, o Suel, é réu no processo que investiga a morte de Marielle Franco e do motorista Anderson GomesArquivo / Agência O Dia
Publicado 01/12/2023 15:08 | Atualizado 01/12/2023 22:20
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Rio - O ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, o Suel, réu por homicídio e receptação no caso Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes, é ouvido, nesta sexta-feira (1º), em audiência na 4ª Vara Criminal do Rio. Por estar em reclusão em um presídio federal de segurança máxima fora do estado do Rio, o interrogatório teve de ser feito por videoconferência.
Durante o depoimento, o ex-bombeiro negou ter monitorado as movimentações de Marielle, dias antes do crime, assim como de ter alterado as placas do veículo usado durante a execução. Os ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, acusados de serem os executores, aguardam a data do julgamento penitenciária federal de segurança máxima.

A partir do depoimento de Maxwell, que negou vários pontos da delação premiada, o juiz Gustavo Kalil determinou a expedição de carta precatória para que Élcio se manifeste se concorda com a acareação. Também estabeleceu prazo de 10 dias para que a defesa de Maxwell informe se insiste no pedido de acareação e que apresente os pontos que considera divergentes entre o conteúdo da delação de Élcio e a versão do ex-bombeiro.
Esta é a segunda audiência do processo no qual Suel é réu. A primeira aconteceu em outubro. Maxwell foi preso em julho deste ano pela Polícia Federal na Operação Élpis, sendo a primeira prisão após o caso passar a ser investigado pela Polícia Federal e pelo Ministério Público do Rio (MPRJ). Promotores que integram a força-tarefa do Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) para o caso Marielle e Anderson também participam da audiência.
O ex-militar já havia sido condenado por atrapalhar as investigações, mas cumpria pena em regime aberto. De acordo com as investigações, Suel recebeu o carro usado no crime e ficou responsável pelo desmonte. Além disso, ele é apontado como dono do veículo usado para esconder as armas que estavam em um apartamento de Ronnie Lessa e ainda teria ajudado a se desfazer do armamento, jogando-o no mar.
Prisão após delação de Élcio Queiroz
Suel foi preso durante a operação que se desdobrou de uma colaboração premiada realizada entre 15 e 20 dias atrás por Élcio de Queiroz, preso por ter conduzido o carro durante a execução da vereadora. Em sua casa, foram apreendidas armas, supostamente legalizadas, celulares e outros bens. 
De acordo com a delação premiada do ex-policial militar Élcio de Queiroz, preso por dirigir o carro utilizado para o assassinato de Marielle, Suel planejou a morte, junto com o também ex-PM Ronnie Lessa, durante o segundo semestre de 2017. O ex-bombeiro seria responsável por fazer tocaias onde a vereadora estava e acompanhar os seus traslados.
Segundo Queiroz, Suel também participou de uma tentativa frustrada de homicídio da parlamentar no final de 2017, no Estácio, região central do Rio. A delação apontou que o ex-bombeiro dirigia o Cobalt Prata enquanto Lessa estava armado no banco do carona com uma submetralhadora MP5. O crime só não teria acontecido por um problema mecânico no carro em que estavam. De acordo com Queiroz, Lessa ficou chateado com Suel porque achou que o homem hesitou.
Caso Marielle 
Os assassinatos de Marielle e Anderson completaram cinco anos em 2023 sem respostas sobre o mandante do crime. Os dois foram mortos no dia 14 de março de 2018. Em fevereiro desse ano, o ministro da Justiça, Flávio Dino, determinou que a PF abrisse um inquérito paralelo para auxiliar as autoridades fluminenses.

Nas investigações da Polícia Civil, o avanço mais consistente no caso aconteceu em março de 2019, quando Élcio de Queiroz e Ronnie Lessa foram presos no Rio de Janeiro. O primeiro é acusado de ter atirado em Marielle e Anderson, o segundo, de dirigir o carro usado no assassinato. Quatro anos depois, eles continuam presos, mas não foram julgados. Os dois estão em penitenciárias federais de segurança máxima.
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