Nos postos, lacres de interdições anteriores haviam sido rompidos, o que levou a novas autuaçõesDivulgação/ANP
Publicado 26/12/2023 11:48 | Atualizado 26/12/2023 14:52
Rio - A operação Fake Fuel interditou três postos por venda de combustível adulterado, nesta terça-feira (26), em São Gonçalo e Niterói, na Região Metropolitana. A ação foi realizada pelo Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio (Gaeco/MPRJ), junto com a Polícia Civil e Agência Nacional do Petróleo (ANP), a partir de uma denúncia contra cinco pessoas. Até o momento, há dois presos e o líder da quadrilha é considerado foragido da Justiça.
De acordo com as investigações do MPRJ e da Delegacia de Serviços Delegados (DDSD), o grupo era responsável pela adulteração de combustíveis, usando metanol e as excessivas concentrações causam risco iminente de explosão, podendo ocasionar uma tragédia com vítimas fatais.
Os criminosos foram denunciados por crimes contra a ordem econômica, saúde pública, relações de consumo, falsidade ideológica, desobediência e associação criminosa, e foi recebida pela 1ª Vara Criminal de São Gonçalo, que determinou a suspensão das atividades dos postos.
Segundo a ANP, os postos São Judas Tadeu, em Icaraí, Niterói, Boa Vista Gonçalense, em Boa Vista, e o Auto Posto Brasilandia, no Porto da Pedra, os dois últimos em São Gonçalo, tinham histórico de comercializar combustíveis fora das especificações da Agência. Durante uma vistoria em um deles, foi constatada a presença de 92,1% de metanol no etanol, quando a legislação permite apenas 0,5%, e a presença de etanol na gasolina, além de 66% de etanol anidro, sendo o permitido 27% ± 1% vol.
Os postos foram fiscalizados diversas vezes pela Agência ao longo de 2023, sempre sendo autuados e interditados, e voltaram a funcionar irregularmente. Os estabelecimentos não estavam funcionando no momento da ação, mas as equipes identificaram que os lacres de interdição colocados anteriormente haviam sido rompidos, o que levou a novas interdições e autuações. As multas podem variar de R$ 5 mil a R$ 5 milhões e outras penalidades determinadas em lei, aplicadas somente após processo administrativo. 

A ANP recebe denúncias de irregularidades por meio do Fale Conosco online ou do telefone 0800-970-0267. Na última semana, o responsável pelo transporte do combustível adulterado, Alexsandro Alves da Rocha, e o gerente dos postos, Everton Alves Aquino, foram presos. Nos endereços dos alvos, foram apreendidas armas e diversos documentos que comprovam a venda.
Apontado como líder da quadrilha e dono dos estabelecimentos, Carlos Eduardo Fagundes Cordeiro, 48, está foragido. O Disque Denúncia recebe informações que ajudem a localizar e prender o criminoso, conhecido Kadu ou Dudu, pela Central de Atendimento, nos telefones (21) 2253-1177 ou 0300-253-1177; pelo WhatsApp Anonimizado, no (21) 2253-1177; pelo WhatsApp dos Desaparecidos, no (21) 98849-6254; e por meio do aplicativo Disque Denúncia RJ. O anonimato é garantido.
O DIA tentou contato com os postos citados na reportagem, no entanto, não conseguiu retorno.
 
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