Publicado 18/01/2024 11:42
Rio - Moradores da Ilha do Governador, na Zona Norte do Rio, sofrem, há uma semana, com interrupções de energia sem aviso prévio. De acordo com os relatos, a falta de luz ocorre de forma alternada, como um revezamento de apagões nos bairros. A Light informou que estão sendo feitas obras de modernização das linhas de transmissão de energia que atendem a região e que durante o período, manutenções periódicas podem causar instabilidade para os clientes. Segundo a concessionária, as intervenções serão feitas em duas fases, e a primeira, já em andamento, com previsão de conclusão para outubro de 2024.
Moradores alegam que os problemas tiveram início quando uma subestação da Light foi atingida por um incêndio, no último domingo (14), e incialmente, pensaram que a falta de energia seria temporária. No entanto, o problema persiste há uma semana. As interrupções, que aconteceu ao longo do dia, afetam moradores e comerciantes do bairro Jardim Guanabara até o Morro do Dendê. Alguns ficaram cerca de 11 horas sem luz.
Através das redes sociais, moradores também relataram a frequência em que acontecem esses apagões. "O que a Light está fazendo com os mais de 220 mil cidadãos brasileiros que moram na Ilha do Governador é desumano! Mais de 10x sem luz nos últimos 8 dias, inventaram um rodízio podre sem aviso de horário que deve perdurar até outubro", escreveu um. "Não são picos de luz, é falta de energia durante períodos que variam entre 3 e 6 horas. Na última noite no meu bairro, ficamos sem luz das 18h30 às 3h30 da madrugada. Foram 8 horas no escuro e no calor", disse outro.
A jornalista Gabriela Marino, de 23 anos, mora no bairro Tauá, e também tem sofrido com as interrupções de energia. De acordo com ela, no domingo (14), foram 11 horas sem luz. "Esse rodízio que está sendo feito não faz sentido, as pessoas estão passando calor dentro de casa, ontem a luz acabou 14h e só voltou 23h. Às vezes, em duas ruas do mesmo bairro, uma tá com luz e a outra não, tá uma confusão. E parece que esse rodízio vai ser até outubro, mas a gente quer saber como vai ficar a situação dos moradores porque tá bem difícil, corre o risco da comida estragar, eletrodoméstico pifar. E o pior, é que é do nada, a Light não avisa nada, não tem nem como se preparar", contou.
Nuno Miguel é dono da Confeitaria e Restaurante Linda, no bairro Cocotá, e relata que, além de enfrentar a falta de luz como morador, também sofre os prejuízos dela como comerciante. “A situação na Ilha é de descaso total. Desde sexta-feira passada falta luz de forma constante. Aqui no Cocotá, onde fica minha empresa, tem apagão todos os dias e já tivemos diversos prejuízos.Um ar condicionado queimou e tive mercadorias estragando por conta da geladeira não ter energia para funcionar. E a Light não dá nenhuma explicação, nenhum prazo de retorno 100%. Esperamos que tenha alguma reparação porque vai fazer mais de uma semana”, conta Nuno.
esperam é que, pelo menos, os apagões sejam avisados previamente para que possam se programar. No entanto, a Light informou que não é possível saber, com antecedência, as regiões que serão atingidas.
Segundo a empresa, geradores foram instalados para clientes e instituições que precisam de atendimento especial, como hospitais, unidades de saúde, abastecimento de água e saneamento, órgãos de segurança, justiça e o Aeroporto do Galeão.
Em nota, a Light explicou que as obras de modernização que atendem os consumidores da Ilha do Governador e Ilha do Paquetá tem objetivo de aumentar a segurança da operação, minimizando o risco de interrupções. "As intervenções serão feitas em duas fases, sendo a primeira, já em andamento, com previsão de conclusão para outubro de 2024 e a segunda com previsão de término para dezembro de 2025", diz trecho da nota.
“Após estudos minuciosos e tentativas de reparos, concluímos que a obra, apesar de complexa, é o caminho mais assertivo para aumentar a confiabilidade do fornecimento de energia. O impacto será temporário, mas trará benefícios permanentes na segurança e qualidade do fornecimento de energia do bairro”, disse o diretor da companhia, Vinícius Roriz.
A empresa destacou, ainda, que antes da decisão de construir as novas linhas, já vinha tentando fazer reparos na linha já existente. Essa primeira medida foi tomada na tentativa de solucionar rápido a ocorrência e com menores impactos à população.
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