Publicado 29/01/2024 16:16
Rio - "Estamos mortos, queremos respostas", lamentou Edson dos Santos Almeida, pai de Edson Davi, de 6 anos, em mais um dia de manifestação e buscas pelo filho, que desapareceu no último dia 4 de janeiro. Nesta segunda-feira (29), bombeiros chegaram ao 25º dia de buscas pelo menino no mar da Barra da Tijuca. Simultaneamente, familiares do menino voltaram ao posto 4 da praia da Barra para estender faixas no local, pedindo pelo posicionamento de autoridades e acesso a câmeras de segurança.
Recentemente, a polícia encontrou novas imagens onde Davi aparece na barraca do pai, por volta das 16h46. Segundo Edson, as imagens são uma pista de que haviam muitas pessoas na praia naquele momento e que se o menino fosse visto entrando no mar, a família teria sido avisada. "Por volta das 17h, eu senti a falta dele. Aí minha mulher ligou. Pedi para um funcionário meu ir até a margem ver se achava ele e fiquei desesperado. Foi perto de um hotel onde tinha muito movimento de criança e não o vi. Subi do lado do quiosque, depois fui a um estacionamento onde todos o conheciam, procurei no calçado de um em um", disse.
"Se ele entrasse na água, o pessoal que estava ali iria me avisar. Ele não entrou na água, ele tinha medo de água. Não podia entrar na água sozinho. No horário que ele estava jogando futebol ali, o pessoal foi embora, ele foi direto parta barraca. Daquele momento que ele saiu dali, ele sumiu. Por volta das 17h não vi mais o Davi. Não foi afogamento, todo mundo aqui conhece ele e falou que ele não entraria na água. Ele é um menino esperto, comunicativo, sabe o que certo e errado. Eu falo: ele foi levado por alguém", argumentou o pai.
Tanto Édson quanto Marize Araújo, mãe de Davi, pararam de trabalhar na barraca assim que o menino desapareceu e relataram que ainda não conseguiram retomar as atividades pela dor do sumiço do filho.
Buscas no mar
Nesta segunda-feira (29), o Corpo de Bombeiros segue pelo 25º dia procurando pelo menino na praia da Barra da Tijuca. As buscas foram ampliadas para área além do posto 4 e equipes de militares procuram por Davi pela areia e pelo mar.
A operação conta com o empenho de guarda-vidas, mergulhadores, quadriciclos, motos-aquáticas, drones e helicópteros.
Tendo em vista as correntes marítimas e a possibilidade de deslocamento da vítima para locais mais distantes da costa, longe do ponto de possível submersão, a corporação ampliou a área de atuação.
Tendo em vista as correntes marítimas e a possibilidade de deslocamento da vítima para locais mais distantes da costa, longe do ponto de possível submersão, a corporação ampliou a área de atuação.
Atualmente, além dos pontos vistoriados pelos guarda-vidas em toda a orla da Barra, Recreio, Guaratiba e Sepetiba, há emprego de recursos também em praias da Zona Sul e de Niterói, onde aeronaves fazem sobrevoos diários.
Mergulhadores permanecem de prontidão para acionamento em caso do surgimento de algum novo indício. A operação segue sem previsão de encerramento.
Mergulhadores permanecem de prontidão para acionamento em caso do surgimento de algum novo indício. A operação segue sem previsão de encerramento.
As investigações do caso Edson Davi estão na Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA). A principal hipótese é de afogamento, mas a família não acredita nessa linha de investigação. Os pais do menino e outras testemunhas, como a família de turistas argentinos flagrada brincando com ele, já foram ouvidos.
Relembre o caso
Edson Davi desapareceu em 4 de janeiro, quando brincava próximo à barraca dos pais por volta das 16h30, no posto 4, na Praia da Barra. Investigações indicam que o menino entrou no mar ao menos três vezes, tendo sido repreendido pelo pai em uma delas. Nos últimos dias 10 e 13, familiares fizeram manifestações pedindo por mais informações. Eles contestaram a hipótese de afogamento e defenderam que ele está vivo.
O menino usava uma camisa de manga térmica preta, vestia uma bermuda da mesma cor e estava descalço quando desapareceu. O Disque Denúncia pede ajuda para localizar a criança e recebe informações pela Central de Atendimento, nos telefones (21) 2253-1177 ou 0300-253-1177; pelo WhatsApp Anônimo, no (21) 2253-1177; pelo WhatsApp dos Desaparecidos, no (21) 98849-6254; e por meio do aplicativo Disque Denúncia RJ. O anonimato é garantido.
Leia mais
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.