Funcionários da Light e Rio Luz instalaram novas iluminações para o carnaval, na Estrada Intendente MagalhãesReginaldo Pimenta/Agência O Dia
Publicado 06/02/2024 18:24 | Atualizado 06/02/2024 18:49
Rio - Em meio à incerteza por causa de dívidas com empresários referentes ao Carnaval de 2023, a Estrada Intendente Magalhães recebeu, nesta terça-feira (6), novas iluminações para o desfile das escolas de samba do Carnaval deste ano. Funcionários da Light e da Rio Luz estiveram no local durante a manhã trabalhando na instalação dos equipamento em postes para a iluminação da via.
Segundo a Riotur, a montagem das estruturas para os desfiles da Intendente Magalhães segue um cronograma elaborado pela CET-Rio. Em função das interdições de vias importantes para o bairro, a empresa Efata Comércios e Serviços começará os trabalhos de montagem 24h antes da primeira noite de desfiles, no dia 11.
Diante do andamento do evento, empresários que prestaram serviços no último Carnaval e não receberam até hoje pela mão de obra afirmaram que se sentem roubados e que "a situação não é justa". "A sensação é de impotência e injustiça. É como ser roubado, comparando é como um cara roubar um cordão seu na rua ou roubarem seu carro. Você não tem o que fazer. É a mesma sensação. Fizemos uma entrega maravilhosa, com a promessa do pagamento, cumprimos com todos os requisitos e fomos enganados", disse um empresário que preferiu não se identificar.
Ainda segundo ele, mais de 3 mil pessoas envolvidas no processo e funcionários que trabalharam na parte de limpeza chegaram a passar fome pela falta do pagamento e outros empresários teriam falido devido aos prejuízos. "Teve empresa que quebrou mesmo, teve empresa que tirou R$ 100 mil, R$ 300 mil do bolso para custear o Carnaval. Eu fui um que tirei quase R$ 500 mil do meu bolso para fazer o trabalho. Então, é uma sensação de impotência. Parece que não tem justiça. A Riotur fala uma coisa e a Superliga outra. Não houve Carnaval? Quem foi que bancou isso? É uma coisa simples", questionou.
Procurada pelo DIA, a Riotur informou que não tem qualquer relação com a dívida relacionada aos fornecedores e que a Superliga Carnavalesca do Brasil teria solicitado formalmente à Riotur autorização para assumir a produção e a organização do desfile na Nova Intendente Magalhães e a captação de patrocinadores para custear o evento no carnaval de 2023. 
"Trata-se, portanto, de uma relação entre entes privados: a Super Liga Carnavalesca e os fornecedores contratados por ela para montagem e realização do evento. De toda forma, no carnaval de 2023, a Prefeitura do Rio manteve o repasse de incentivo cultural de apoio direto às escolas da Série Prata e Bronze. Para o carnaval de 2024, como não houve o mesmo pedido da Super Liga Carnavalesca em assumir a produção e organização do desfile como no carnaval anterior, a Riotur seguiu os processos licitatórios como faz anualmente para a realização do evento na Intendente Magalhães", completou o órgão, em nota.
Diante da afirmação da Riotur, a Superliga publicou uma nota oficial em suas redes sociais alegando que, nos desfiles da Intendente Magalhães, toda a estrutura da pista de desfiles, assim como do entorno, sempre estiveram sob a responsabilidade do município do Rio, que atua através da Riotur, CET-Rio, Comlurb e outros órgãos.
"Excepcionalmente, no Carnaval de 2023, diante do deslocamento dos desfiles da Estrada Intendente Magalhães para a Avenida Ernani Cardoso (Nova Intendente), houve um atraso na licitação da infraestrutura da pista e, para não prejudicar os desfiles carnavalescos, optou-se por entregar a infraestrutura à iniciativa privada. Contudo, a empresa responsável acabou não honrando o acordado com os contratados", afirmou a Liga. 
A organização ainda destacou que não existe nenhum contrato de cessão de espaço da Riotur com a Superliga, da mesma forma que não existe nenhuma publicação em Diário Oficial autorizando a Superliga a administrar a estrutura do Carnaval, sendo de sua responsabilidade somente a organização dos desfiles, realizados pelas agremiações filiadas.
A liga ainda argumentou que apenas recebeu uma autorização da Riotur para que realizasse captação de recursos com patrocinadores, os quais poderiam exibir sua marca na Avenida. E ressaltou que não existe qualquer documento assinado pela organização que a obrigue ou mesmo conceda o direto de promover a estrutura da Intendente Magalhães, a qual seria de competência da municipalidade.
"Causa bastante estranheza o fato de apenas o Carnaval 2023 ter sido contratado de forma diferenciada dos demais anos, tendo muitas empresas sido indicadas e contratadas pela própria Riotur. Aliás, foi a própria Riotur que indicou a empresa que seria responsável pelo financiamento da estrutura da Avenida (Nova Intendente). O fato da iniciativa privada não honrar com o patrocínio não tira a responsabilidade do órgão público, pois, consoante contratos firmados, a ele compete a montagem da estrutura, como sempre aconteceu durante todos esses anos de desfiles na Intendente Magalhães", completou a nota.
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