Publicado 07/02/2024 18:50
Rio - A mulher denunciada por racismo contra o entregador João Eduardo Silva de Jesus, de 18 anos, prestou depoimento na 32ª DP (Taquara), nesta quarta-feira (7). Identificada apenas como Cláudia, a moradora de um condomínio em Jacarepaguá, na Zona Oeste, alegou que não teve a intenção de injuriar a vítima. Com o depoimento, os policiais requisitaram imagens e agora buscam por testemunhas.
No domingo passado (4), o jovem esteve no condomínio para realizar uma entrega de garrafas d'água, mas a mulher impediu que ele subisse no mesmo elevador que ela. Cláudia ainda afirmou que João Eduardo deveria utilizar o "elevador de serviço", distinção proibida por lei desde julho de 2023. Um vídeo gravado pela vítima mostra Cláudia impedindo que o rapaz entre no transporte. O caso foi registrado como injúria por preconceito.
Veja o vídeo:
Em entrevista ao DIA, João disse que ficou nervoso e triste com a situação.
"Seria a minha última entrega, cheguei lá, deixei dois fardos de água e depois voltei pra buscar o restante. Quando fui entrar no elevador, me deparei com ela lá falando que eu não subiria com ela. Eu questionei e comecei a gravar, ela estava muito alterada e falou que o elevador social era dela e que eu só poderia usar o de serviço. No momento, fiquei muito nervoso e depois muito triste com tudo que aconteceu porque tem uma lei que não permite essa atitude dela e mesmo assim ela agiu dessa forma", explicou.
Outros moradores assistiram a cena e se solidarizaram com o entregador. A historiadora Sharleny Pereira, de 25 anos, presenciou a confusão. "Ele estava falando baixo, mas ela esbravejava. Logo de início, eu entendi o que era, me meti, falei que ia chamar o porteiro e ela disse que não era pra eu me meter. O porteiro pediu pra ele trocar de elevador pra evitar o desgaste", afirmou ao DIA.
A jovem ajudou João a colocar as garrafas em outro elevador e finalizar a entrega. A historiadora contou que Claudia disse que ela não precisava fazer aquilo porque não era entregadora. "Eu respondi falando que não era entregadora, mas era ser humano. Ela me xingou, xingou minha mãe que também estava. A gente agiu pra defender o João e ela começou a xingar, completamente alterada e preconceituosa", disse Sharleny.
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