Publicado 19/02/2024 14:56 | Atualizado 19/02/2024 15:15
Rio - Uma roda de samba marcada para esta segunda-feira (19), no espaço Garagem das Ambulantes, no Centro do Rio, promove o combate contra a LGBTfobia em pagodes na cidade. A mobilização para criação do evento, que acontece a partir das 20h, foi o caso em que três mulheres, sendo duas delas trans, foram espancadas por seguranças de uma casa de samba na Lapa, há um mês.
O artista Tom Grito, um dos organizadores do evento, comenta que o samba sempre foi um espaço de resistência e acolhedor, especialmente para os grupos dissidentes. Sendo assim, segundo ele, não há espaço para o desrespeito e para a intolerância.
"Eu sou uma pessoa trans branca e frequento o samba há muitos anos, transicionei dentro do samba. Acolher é fornecer ferramentas de segurança e dignidade nos espaços. Não dá pra frequentar um espaço e ser desrespeitado na revista, nos banheiros, ser chamado pelo pronome errado. As pessoas consomem, investem seu "pink money" naquele espaço, o espaço precisa fornecer respeito e treinamento dos funcionários para que respeitem a diversidade", defendeu.
Além de promover o debate sobre a LGBTfobia, o evento também irá arrecadar recursos que serão destinados a financiar o tratamento médico e psicológico das três vítimas do ataque na Lapa. O ingresso para a roda de samba é grátis para pessoas trans e tem o valor simbólico de R$ 5 para o público geral.
Outra iniciativa prevista é a criação de um coletivo de rodas e também de uma cartilha contra a transfobia, com orientações para produtores de eventos.
"A cartilha foi desenvolvida para isso, para aprendermos com as violências que sofremos e transmutar isso em direitos. Criar metodologias para que os produtores de samba possam ter ferramentas para oferecer um espaço seguro e acolhedor. Para que nunca mais aconteçam violências às nossas corpas Trans e LGBTQIAPN+ em nenhum espaço. Que sirva de exemplo e modelo para outros espaços também", explicou Tom.
A programação do evento prevê um revezamento de artistas do samba que integram o coletivo das rodas de samba do centro e algumas participações de cantoras e DJs trans.
"O evento é uma construção coletiva de algumas pessoas do samba que se colocaram dispostas a aprender com essa experiência ruim de um episódio de violência e se abriram para o diálogo com os movimentos sociais para pensar outros caminhos mais acolhedores", disse.
Serviço:
Samba contra a transfobia
Pra geral somar!
Dia 19/02 - segunda-feira
Horário: 20h
Local: Garagem Delas - Rua da Carioca, 87
Dia 19/02 - segunda-feira
Horário: 20h
Local: Garagem Delas - Rua da Carioca, 87
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