Manuel Gregório, pai de Lucas Germano, desabafou no Cemitério de Nova IguaçuRenan Areias / Agência O Dia
Publicado 19/02/2024 16:30
Rio - Lucas Germano da Silva, de 22 anos, foi sepultado na tarde desta segunda-feira (19), no Cemitério de Nova Iguaçu, na Baixada. O jovem morreu ao ser baleado durante um assalto na Linha Amarela, altura do Complexo da Maré, na Zona Norte da capital. Amigos e familiares se emocionaram durante a cerimônia. O pai de Lucas, Manuel Gregório, contou que o filho pulou o mangue próximo à via para tentar se salvar.
"Meu filho foi morto numa via expressa, meu filho caiu de um mangue de nove metros para tentar sobreviver. Quando a gente vê acontecer, acha que está distante. Hoje, eu sou mais um na estatística. Vinte e dois anos, não viveu nada. Era um garoto próspero, meu príncipe, meu herói. Às 19h, ele passou a mão na minha barba e disse: 'te amo, pai'. Meia-noite, meu filho estava baleado numa via expressa, sem socorro. Sem socorro. Ele não saiu para passar por isso, queria apenas realizar um passeio que ele sempre gostou. Que a dor que estou sentido hoje, não vai voltar meu filho. Mas que eles possam tomar uma medida protetiva maior para que alguém igual a mim não venha sentir o que estou sentindo hoje. Não estou culpando nenhum órgão, mas que eles olhem mais pela gente", desabafou Manuel.
"Muitas vezes param os jovens, pensam que estão drogados ou que são de alguma facção criminosa, mas não. São pessoas do bem. Às vezes, são pessoas pobres, como eu e meu filho. Pobre, mas com dignidade, hombridade, caráter… Não vou cobrar Forças Armas, Polícia Militar. Tem que cobrar o 'ministeriado' lá em cima. É muito fácil botar um policial ali que não tem defesa nem dele próprio. Naquela área, você anda quilômetros e não vê uma viatura", complementou.
Na noite de sábado (17), bandidos renderam veículos na via e anunciaram o assalto. No entanto, um policial militar que estava em um dos carros reagiu, dando início a um tiroteio. Lucas foi atingido e encaminhado ao Hospital Estadual Getúlio Vargas, mas não resistiu aos ferimentos.
Posteriormente, agentes do Batalhão de Policiamento em Vias Expressas chegou no local, mas os assaltantes já haviam fugido. O caso está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios da Capital.
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