Publicado 27/02/2024 15:38
Rio - O advogado Rodrigo Marinho Crespo, de 42 anos, executado a tiros no Centro do Rio, atuou contra Glaidson Acácio dos Santos, o 'Faraó dos Bitcoins', em um processo que correu entre 2022 e 2023 na 3ª Vara Cível da Barra da Tijuca, Zona Oeste. O inquérito foi arquivado porque o homem que processou Glaidson deixou de se manifestar à Justiça após não conseguir a gratuidade no processo.
Conforme consta no Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ), Rodrigo também esteve à frente da defesa de processos por posse, aquisição de bens materiais, indenização por bens materiais e confissão de dívidas.
Até o momento, a principal linha de investigação da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), responsável pelo caso, é de execução. Uma nova perícia foi realizada pela especializada nesta terça-feira (27) no local do crime. A vítima foi morta na tarde de segunda-feira (26), em frente ao escritório em que trabalhava, no Centro do Rio. A ação durou cerca de 14 segundos. O local fica na mesma calçada da Ordem dos Advogados do Brasil no estado (OAB-RJ), e a poucos metros do Ministério Público e da Defensoria Pública.
Membro do Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB) desde novembro de 2011, Rodrigo Crespo fazia parte da Comissão de Direito Processual Civil. Também era sócio fundador do Marinho & Lima Advogados, tinha experiência em Direito Civil Empresarial com ênfase em Contratos e Direito Processual Civil. Ele se formou em 2005 na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) e tinha pós-graduação em Direito Civil Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
'Faraó dos Bitcoins' é acusado de montar grupo de pistoleiros
Preso desde agosto de 2021 por comandar um esquema financeiro de pirâmide que prejudicou milhares de investidores, o ex-garçom Glaidson Acácio, conhecido como 'Faraó dos Bitcoins' também foi acusado pelo Ministério Público, em dezembro de 2022, de liderar um grupo de pistoleiros que tinha como objetivo monitorar e eliminar desafetos.
A denúncia afirma que Glaidson dos Santos mantinha uma estrutura para matar concorrentes do mercado de criptomoedas na Região dos Lagos do Rio. O serviço contava com inteligência, armas, informantes, empresas de fachada e matadores profissionais.
"Vai se meter com tubarão? Ninguém se mete com tubarão", diz Glaidson em um dos áudio apreendidos durante as investigações. O esquema financeiro do 'Faraó dos Bitcoins' movimentou cerca de R$ 38 bilhões. As empresas de fachada eram usadas para pagar despesas do grupo, como compra de armas, pagamento de seguranças e pistoleiros, e contratação de detetives. Glaidson é réu por estelionato e em processo na Justiça Federal.
PUC-Rio lamenta morte de ex-aluno
O Departamento de Direito da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) lamentou, nesta terça-feira (27), a morte do ex-aluno do curso de graduação Rodrigo Marinho. "Expressamos nossa solidariedade aos seus familiares, amigos e colegas neste difícil momento. E repudiamos este ato de extrema violência, esperando que o mesmo seja investigado pelas autoridades competentes", disse a universidade.
A reportagem tenta contato com a defesa de Glaidson Acácio. O espaço está aberto para manifestação.
O corpo de Rodrigo Crespo será sepultado às 14h de quarta-feira (28), no Cemitério São João Batista, em Botafogo, na Zona Sul do Rio. O velório terá início às 11h, na Capela 2.
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