Esse é o 5º mandado de prisão contra o bicheiro Bernardo BelloReprodução / Facebook Vila Isabel
Publicado 07/03/2024 08:01
Rio - A Polícia Civil e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado (GAECO), realizam na manhã desta quinta-feira (7) uma operação para prender o contraventor Bernardo Bello e outras duas pessoas por envolvimento na morte do advogado Carlos Daniel Dias André. O crime aconteceu em maio de 2022, em Niterói, Região Metropolitana do Rio. Contra o bicheiro, há cinco mandados de prisão em aberto.

Segundo a polícia, os agentes saíram para cumprir oito mandados de prisão. No entanto, cinco alvos já estavam presos. Todos eles são acusados de envolvimento na morte do advogado. Eles já haviam sido indiciados e denunciados por homicídio. Agora, responderão pelos crimes de organização criminosa e lavagem de dinheiro. A primeira fase da operação foi em junho de 2022 e a segunda aconteceu um ano depois
Também estão sendo cumpridos oito mandados de busca e apreensão em endereços de pessoas físicas e em estabelecimentos comerciais na Penha Circular, Zona Norte, Freguesia e Barra da Tijuca, na Zona Oeste e Nova Iguaçu e São João de Meriti, na Baixada Fluminense. Os mandados foram expedidos pela 2ª Vara Criminal Especializada da Capital. De acordo com os investigadores, as empresas faziam parte de um esquema de lavagem de dinheiro do contraventor, que está foragido.

Segundo as investigações, Bernardo Bello e seu braço financeiro, Allan Diego, preso na primeira fase da operação, determinaram a morte de Carlos Daniel Dias André, após o advogado mediar um conflito envolvendo uma empresa do ramo alimentício, cujo desfecho não agradou aos chefes do grupo.

Investigações apontam que o contraventor, ex-presidente da Vila Isabel, se tornou um dos chefes do jogo do bicho no Rio após romper com a mulher e com toda a família dela, a família Garcia, em uma ascensão marcada a sangue, segundo as investigações.

Bello se casou com Tamara Garcia, filha do bicheiro Waldemir Paes Garcia, o Maninho, assassinado em setembro de 2004. Com a morte do contraventor, os negócios da família Garcia seriam herdados pelo irmão dele, Alcebíades Paes Garcia, o Bid, que também foi executado em fevereiro de 2020, quando voltava do desfile de carnaval na Marquês de Sapucaí. Segundo investigações da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), a morte teria sido motivada por uma disputa com o bicheiro pelo controle dos pontos da contravenção na Zona Sul do Rio.

Bello chegou a ser preso em janeiro de 2022, na Colômbia, mas foi solto após a Justiça acolher um habeas corpus e determinar a liberdade do contraventor. A Polícia Civil do Rio e o MPRJ tentam prendê-lo desde novembro de 2022. De acordo com uma denúncia, oferecida pelo órgão em 10 de janeiro do ano passado, a organização criminosa chefiada pelo bicheiro tem a finalidade de perpetrar o domínio da contravenção do jogo do bicho e a exploração de máquinas caça-níquel no estado do RJ.
Morte do advogado
Carlos Daniel foi morto a tiros no bairro de Piratininga. A vítima dirigia um veículo modelo Toyota SRX blindado pela Avenida Conselheiro Paulo de Melo Kalle, quando foi alvejado por dois homens em uma motocicleta. O filho do advogado estava no veículo junto com o pai, mas não sofreu ferimentos. Dois suspeitos de matar Carlos Daniel já haviam sido presos em 2022. Isaquiel Geovanio Fraga pilotava a motocicleta e Rodrigo Coutinho Palome da Silva, que estava no carona, desferiu os disparos.
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