Publicado 24/03/2024 09:17
Rio - Os irmãos Domingos Brazão e Chiquinho Brazão, presos em operação da Polícia Federal e Ministério Público do Rio (MPRJ) neste domingo (24), apontados como mandantes do assassinato de Marielle Franco, tem trajetória longa na política do Rio e parte do eleitorado formado essencialmente em bairros da Zona Oeste. Os dois foram citados na delação premiada do ex-PM Ronnie Lessa, autor dos disparos que mataram a vereadora e o motorista Anderson Gomes, em 2018.
Atualmente conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Domingos Brazão foi eleito vereador no Rio pelo PL em 1996 e, dois anos depois, conseguiu se eleger novamente para o primeiro mandato de deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio.
O membro da família Brazão então se reelegeu por mais quatro vezes. Durante seu último mandato, em 2011, Domingos chegou a ser alvo de um processo de cassação por um suposto esquema de compra de votos, mas conseguiu manter o posto com liminar no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O esquema apurava o uso de votos conquistados por meio do Centro de Ação Social Gente Solidária, uma ONG vinculada ao próprio deputado que funciona em Jacarepaguá, atual bairro de maior influência da família Brazão.
Irmão mais velho da família Brazão, o hoje deputado federal pelo Rio Chiquinho Brazão (União Brasil) se elegeu ao cargo no Congresso em 2018 e reelegeu em 2022, mas antes já havia sido vereador na capital por 12 anos. O período inclui os dois primeiros anos de mandato de Marielle na Câmara de Vereadores, entre 2016 e o ano do crime.
O deputado federal também exerceu o cargo de secretário municipal de Ação Comunitária da Prefeitura do Rio até fevereiro deste ano, quando pediu exoneração após surgirem os primeiros rumores da possível citação na delação premiada de Ronnie Lessa.
A primeira menção aos dois membros do clã Brazão no caso Marielle aconteceu ainda em 2019, quando Domingos foi apontado por suspeitas de obstrução das investigações. O sobrenome então voltou a ser citado no fim do ano passado, em meio à delação do ex-PM Élcio Queiroz, motorista do carro usado por Ronnie Lessa na emboscada que culminou na execução de Marielle e Anderson.
Antes disso, Domingos também havia sido citado no depoimento do miliciano Orlando Curicica prestado à Polícia Federal sobre o crime. O miliciano menciona que teria participado de uma reunião, em 2017, no "Escritório do Crime", onde um então PM assessor de Domingos Brazão e um major da PM discutiam o assassinato.
Atualmente conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Domingos Brazão foi eleito vereador no Rio pelo PL em 1996 e, dois anos depois, conseguiu se eleger novamente para o primeiro mandato de deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio.
O membro da família Brazão então se reelegeu por mais quatro vezes. Durante seu último mandato, em 2011, Domingos chegou a ser alvo de um processo de cassação por um suposto esquema de compra de votos, mas conseguiu manter o posto com liminar no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O esquema apurava o uso de votos conquistados por meio do Centro de Ação Social Gente Solidária, uma ONG vinculada ao próprio deputado que funciona em Jacarepaguá, atual bairro de maior influência da família Brazão.
Irmão mais velho da família Brazão, o hoje deputado federal pelo Rio Chiquinho Brazão (União Brasil) se elegeu ao cargo no Congresso em 2018 e reelegeu em 2022, mas antes já havia sido vereador na capital por 12 anos. O período inclui os dois primeiros anos de mandato de Marielle na Câmara de Vereadores, entre 2016 e o ano do crime.
O deputado federal também exerceu o cargo de secretário municipal de Ação Comunitária da Prefeitura do Rio até fevereiro deste ano, quando pediu exoneração após surgirem os primeiros rumores da possível citação na delação premiada de Ronnie Lessa.
A primeira menção aos dois membros do clã Brazão no caso Marielle aconteceu ainda em 2019, quando Domingos foi apontado por suspeitas de obstrução das investigações. O sobrenome então voltou a ser citado no fim do ano passado, em meio à delação do ex-PM Élcio Queiroz, motorista do carro usado por Ronnie Lessa na emboscada que culminou na execução de Marielle e Anderson.
Antes disso, Domingos também havia sido citado no depoimento do miliciano Orlando Curicica prestado à Polícia Federal sobre o crime. O miliciano menciona que teria participado de uma reunião, em 2017, no "Escritório do Crime", onde um então PM assessor de Domingos Brazão e um major da PM discutiam o assassinato.
Escândalos na política
Os membros do clã Brazão foram envolvidos em uma série de polêmicas e denúncias durante as suas atividades políticas no Rio. Em 2004, Domingos foi mencionado por envolvimento na máfia dos combustíveis, que envolvia licenças ambientais da Feema para funcionamento de postos de gasolina no Rio. Em 2014, a radialista e à época também deputada Cidinha Campos processou Domingos por ameaça.
Na ocasião, Brazão teria dito para a parlamentar: "Já matei vagabundo, mas vagabnunda ainda não". O assassinato citado por Brazão realmente aconteceu, quando o conselheiro do TCE tinha 22 anos, mas o político afirmou ter sido absolvido por que o caso foi entendido como legitima defesa.
Em 2017, Domingos foi afastado do TCE-RJ, dois anos após assumir o cargo, por suspeita de corrupção e envolvimento no esquema levantado pela Operação Quinto do Ouro, que era um desdobramento da Operação Lava Jato da PF. Domingos ficou seis anos afastado do cargo de conselheiro.
Na ocasião, Brazão teria dito para a parlamentar: "Já matei vagabundo, mas vagabnunda ainda não". O assassinato citado por Brazão realmente aconteceu, quando o conselheiro do TCE tinha 22 anos, mas o político afirmou ter sido absolvido por que o caso foi entendido como legitima defesa.
Em 2017, Domingos foi afastado do TCE-RJ, dois anos após assumir o cargo, por suspeita de corrupção e envolvimento no esquema levantado pela Operação Quinto do Ouro, que era um desdobramento da Operação Lava Jato da PF. Domingos ficou seis anos afastado do cargo de conselheiro.
Ex-chefe da Polícia Civil
Além de Domingos e Chiquinho, o ex-chefe da Polícia Civil Rivaldo Barbosa, um dos primeiros responsáveis pela investigação do caso de Marielle e Anderson, também foi preso na operação da PF. O ex-delegado é suspeito de receber propina para tentar obstruir as investigações do crime. Ele assumiu o cargo de liderança da corporação na véspera dos assassinatos.
Durante o período em que esteve à frente do caso, Rivaldo foi acusado de travar as investigações. O ex-chefe também foi acusado por um miliciano de proteger contraventores envolvidos em diversos assassinatos no Rio.
Segundo o também ex-policial e integrante de grupo paramilitar Orlando Curicica, em depoimento à Procuradoria-Geral da República (PGR), não era interesse da Polícia Civil chefiada por Barbosa a solução do caso Marielle.
Em entrevista ao jornal O Globo, o miliciano citou diretamente Rivaldo. "A DH e o chefe da polícia, Rivaldo Barbosa, sabem quem são, mas recebem dinheiro de contraventores para não tocar ou direcionar investigações". O ex-chefe da polícia negou as irregularidades à época.
Em entrevista ao jornal O Globo, o miliciano citou diretamente Rivaldo. "A DH e o chefe da polícia, Rivaldo Barbosa, sabem quem são, mas recebem dinheiro de contraventores para não tocar ou direcionar investigações". O ex-chefe da polícia negou as irregularidades à época.
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