Polícia Federal prende acusados de mandar assassinar Marielle Franco
Irmãos Brazão e ex-chefe da Polícia Civil foram presos na operação Murder Inc.
Chiquinho Brazão, Domingos Brazão e Rivaldo Barbosa são suspeitos de mandar assassinar Marielle Franco - Câmara dos Deputados / Agência O Dia / Agência Brasil
Chiquinho Brazão, Domingos Brazão e Rivaldo Barbosa são suspeitos de mandar assassinar Marielle FrancoCâmara dos Deputados / Agência O Dia / Agência Brasil
Rio - Três acusados de envolvimento no assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes foram presos, na manhã deste domingo (24) em uma operação conjunta da Polícia Federal e do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ).
Já Rivaldo Barbosa, ex-chefe de Polícia Civil do Rio, assumiu a função um dia antes do assassinato de Marielle, e foi preso acusado de tentar obstruir as investigações do assassinato da vereadora e Anderson. Antes disso, ele era coordenador da Divisão de Homicídios da Polícia Civil.
Em novembro de 2019, a Polícia Federal afirmou em relatório reservado ao MP-RJ que o delegado Rivaldo Barbosa deveria ser investigado por suspeita de ter recebido propina de R$ 400 mil para evitar que fossem conhecidos os reais mandantes dos assassinatos.
Neste domingo, foram cumpridos três mandados de prisão preventiva e 12 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), todos na cidade do Rio de Janeiro.
A operação Murder Inc. tem como alvos os autores intelectuais dos crimes de homicídio, de acordo com a investigação. Também são apurados os crimes de organização criminosa e obstrução de justiça.
Nas redes sociais, a Ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, e irmã de Marielle, comemorou as prisões e cobrou respostas das autoridades. "Só Deus sabe o quanto sonhamos com esse dia! Hoje é mais um grande passo para conseguirmos as respostas que tanto nos perguntamos nos últimos anos: quem mandou matar a Mari e por quê? Agradeço o empenho da PF, do Governo Federal, do MP federal e estadual e do Ministro Alexandre [de Moraes]. Estamos mais perto da Justiça! Grande dia!", escreveu.
O PSOL, partido no qual Marielle Franco era filiada, publicou uma nota no Instagram comemorando a prisão dos acusados. "Nós seguiremos na luta por justiça até que todos os envolvidos sejam julgados e condenados", escreveu.
Marcelo Freixo também usou o X, antigo Twitter, para comemorar as prisões e afirmou: "Essa é uma oportunidade para o Rio de Janeiro virar essa página em que crime, polícia e política não se separam"
Só deus sabe o quanto sonhamos com esse dia! Hoje é mais um grande passo para conseguirmos as respostas que tanto nos perguntamos nos últimos anos: quem mandou matar a Mari e por quê?
Agradeço o empenho da PF, do gov federal, do MP federal e estadual e do Ministro @alexandre .…
Foram 5 delegados que comandaram as investigações do inquérito do assassinato da Marielle e do Anderson, e sempre que se aproximavam dos autores eram afastados. Por isso demoramos seis anos para descobrir quem matou e quem mandou matar. Agora a Polícia Federal prendeu os autores…
Uma das principais linhas de investigação sobre o caso está relacionada a uma disputa por terrenos na Zona Oeste. Em depoimento, Lessa teria informado que Marielle virou alvo depois de defender a ocupação de terrenos por pessoas de baixa renda e que o processo fosse acompanhado por órgãos como o Instituto de Terras e Cartografia do Estado do Rio e o Núcleo de Terra e Habitação, da Defensoria Pública do Rio
De acordo com as investigações, o mandante do crime que deu fim a vida de Marielle e Anderson estaria buscando a regularização de um condomínio em Jacarepaguá sem considerar o critério de área de interesse social. O objetivo seria transformar a propriedade em especulação imobiliária.
Os investigadores apontam que Suel participou do plano do assassinato e monitorou a rotina da vereadora, além de ter ajudado os ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, atirador e motorista respectivamente, no desmanche do carro usado na emboscada e do sumiço das cápsulas da munição. Lessa e Queiroz também vão a júri popular
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