Chiquinho Brazão e Domingos Brazão foram presos em operação da PF e MPRJ, neste domingo (24), suspeitos de serem mandantes do assassinato de MarielleReprodução
Atualmente conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Domingos Brazão foi eleito vereador no Rio pelo PL em 1996 e, dois anos depois, conseguiu se eleger novamente para o primeiro mandato de deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio.
O membro da família Brazão então se reelegeu por mais quatro vezes. Durante seu último mandato, em 2011, Domingos chegou a ser alvo de um processo de cassação por um suposto esquema de compra de votos, mas conseguiu manter o posto com liminar no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O esquema apurava o uso de votos conquistados por meio do Centro de Ação Social Gente Solidária, uma ONG vinculada ao próprio deputado que funciona em Jacarepaguá, atual bairro de maior influência da família Brazão.
Irmão mais velho da família Brazão, o hoje deputado federal pelo Rio Chiquinho Brazão (União Brasil) se elegeu ao cargo no Congresso em 2018 e reelegeu em 2022, mas antes já havia sido vereador na capital por 12 anos. O período inclui os dois primeiros anos de mandato de Marielle na Câmara de Vereadores, entre 2016 e o ano do crime.
O deputado federal também exerceu o cargo de secretário municipal de Ação Comunitária da Prefeitura do Rio até fevereiro deste ano, quando pediu exoneração após surgirem os primeiros rumores da possível citação na delação premiada de Ronnie Lessa.
A primeira menção aos dois membros do clã Brazão no caso Marielle aconteceu ainda em 2019, quando Domingos foi apontado por suspeitas de obstrução das investigações. O sobrenome então voltou a ser citado no fim do ano passado, em meio à delação do ex-PM Élcio Queiroz, motorista do carro usado por Ronnie Lessa na emboscada que culminou na execução de Marielle e Anderson.
Antes disso, Domingos também havia sido citado no depoimento do miliciano Orlando Curicica prestado à Polícia Federal sobre o crime. O miliciano menciona que teria participado de uma reunião, em 2017, no "Escritório do Crime", onde um então PM assessor de Domingos Brazão e um major da PM discutiam o assassinato.
Na ocasião, Brazão teria dito para a parlamentar: "Já matei vagabundo, mas vagabnunda ainda não". O assassinato citado por Brazão realmente aconteceu, quando o conselheiro do TCE tinha 22 anos, mas o político afirmou ter sido absolvido por que o caso foi entendido como legitima defesa.
Em 2017, Domingos foi afastado do TCE-RJ, dois anos após assumir o cargo, por suspeita de corrupção e envolvimento no esquema levantado pela Operação Quinto do Ouro, que era um desdobramento da Operação Lava Jato da PF. Domingos ficou seis anos afastado do cargo de conselheiro.
Em entrevista ao jornal O Globo, o miliciano citou diretamente Rivaldo. "A DH e o chefe da polícia, Rivaldo Barbosa, sabem quem são, mas recebem dinheiro de contraventores para não tocar ou direcionar investigações". O ex-chefe da polícia negou as irregularidades à época.
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