Publicado 01/04/2024 18:57
Rio - As Corregedorias das Polícias Civil e Militar realizou uma operação, nesta segunda-feira (1º), contra suspeitos de furtar uma máquina de fazer cigarro de dentro da Cidade da Polícia, no Jacaré, Zona Norte do Rio. Entre os alvos de mandados de busca e apreensão estavam um policial militar, um policial civil e um empresário.
O desaparecimento da máquina aconteceu em fevereiro do ano passado, semanas após o equipamento ter sido vendido em leilão promovido pelo poder público. O caso é investigado pela Corregedoria da Civil desde novembro de 2023. Desde então, mais de 50 agentes que trabalhavam na Cidade da Polícia no dia do furto já foram ouvidos, mas nenhum deles teria presenciado a retirada do maquinário do galpão onde estava.
As investigações apontaram uma possível participação de um PM, um policial civil e um empresário no furto. A máquina, que pesa aproximadamente seis toneladas, teria sido levado pelos suspeitos até Cuiabá, capital do Mato Grosso e, para isso, os agentes teriam usado uma viatura da Polícia Civil para escoltar o caminhão usado no transporte do equipamento.
Segundo o apurado, os agentes suspeitos são vizinhos e teriam estreita relação de amizade e confiança para práticas de condutas ilegais. O PM teria transferido R$ 300 mil para o policial civil, na época do furto.
O maquinário, capaz de produzir 2.500 cigarros por segundo, foi apreendido durante uma ação realizada em novembro de 2022, que fechou uma fábrica ilegal em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. A produção era feita por 23 imigrantes do Paraguai mantidos em situação análoga à escravidão. Após a ação, a máquina foi levada para o depósito da Polícia Civil e, por determinação da 3ª Vara do Trabalho de Caxias, foi posta à venda em um leilão. O furto só foi descoberto em junho, quatro meses depois do crime, porque um oficial de justiça, contratado pela empresa compradora do equipamento, tentou conferir a situação em que ele se encontrava.
Máquina parecida encontrada no Mercado São Sebastião
Um maquinário semelhante ao equipamento furtado foi encontrado no dia 22 deste mês no Mercado São Sebastião, na Penha, Zona Norte do Rio. A máquina, de seis toneladas, estava pintada com outras cores e escondida debaixo de uma lona. Uma perícia será realizada para descobrir se é o maquinário furtado.
A localização da máquina foi fornecida após uma ligação para o Disque-Denúncia. Os proprietários do galpão onde o equipamento foi encontrado, no entanto, dizem que não é a mesma máquina e apresentaram nota fiscal.
"Não é a máquina que foi roubada, ela possui características divergentes, cores divergentes, número de série divergente. É uma máquina que possui nota fiscal e já foi apresentada à autoridade policial. O que eu posso afirmar nesse momento é que não é a máquina produto de crime que aconteceu dentro da Cidade da Polícia", disse o advogado Lázaro Rangel.
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