Captação no Sistema Imunana-Laranjal foi retomado após testes mostrarem diminuição na concentração do poluenteCedae
Publicado 20/04/2024 16:22 | Atualizado 20/04/2024 23:41
Rio - Há exatos 17 dias o sistema Imunana-Laranjal era paralisado devido a uma contaminação da água bruta por substância tóxica. Desde então, uma força-tarefa do Governo do Estado foi criada, mas ninguém foi responsabilizado pelo despejo de tolueno no Rio Guapiraçu que afetou mais de 2 milhões de pessoas, em quatro cidades da Região Metropolitana e um bairro da capital.
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Segundo comunicado da Secretaria de Estado de Ambiente e Sustentabilidade, até o momento já foram fiscalizadas 26 empresas – no Polo Petroquímico e em áreas próximas -, sendo ouvidos 15 responsáveis técnicos na sede da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA), da Polícia Civil.
"Estão sendo avaliadas todas as hipóteses para chegar à origem do vazamento de tolueno no Rio Guapiaçu que compõe a bacia do Sistema Imunana-Laranjal. As investigações estão em andamento", esclareceu a secretaria em nota. 
Na última quinta-feira (18), o Conselho Regional de Química da Terceira Região (CRQ-III) criou uma comissão para avaliar a qualidade de água após a contaminação que causou a interrupção do fornecimento de água. Chamada de Comissão Temporária de Estudos sobre a Qualidade da Água de Abastecimento, a equipe de especialistas deve propor melhorias na fiscalização da água que chega às torneiras da população. 
Antes disso, na quinta-feira (17), o comitê multidisciplinar de especialistas em saneamento e preservação ambiental da Cedae realizou uma reunião com a participação do o reitor do Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ), Rafael Almada, além de outros quatro professores da instituição. O encontro também tinha como objetivo discutir a questão da contaminação do sistema Imunana-Laranjal.

Entenda o caso
A operação do sistema Imunana-Laranjal, que abastece os municípios de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, Inoã, Itaipuaçu e Ilha de Paquetá, foi suspensa pela Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae), na madrugada de quarta-feira, dia 3 de abril. A decisão foi tomada após a companhia identificar a presença da substância tóxica tolueno na área de captação da água.
O tolueno é um composto químico que pode trazer vários danos à saúde, se ingerido ou inalado. Utilizada na fabricação de gasolina, cola, tinta e borracha, a substância pode causar irritação dos olhos, garganta e pele, além de fadiga e sonolência. Em casos mais graves, pode gerar insônia, náusea, perda de memória, entre outros sintomas.

Na quinta-feira, dia 4, o Governo do Estado convocou uma força-tarefa para esclarecer dúvidas sobre o caso. Na ocasião, foi informado que a Cedae identificou que a contaminação veio da cidade de Guapimirim, na Baixada Fluminense, por meio de canais artificiais de drenagem de fazendas.

Em decorrência da falta de água, alunos de escolas municipais de São Gonçalo e Niterói não tiveram aula na sexta-feira (5). A prefeitura de Niterói informou que o calendário foi interrompido em 13 unidades que foram mais afetadas, enquanto algumas ainda funcionam em meio período. Já em São Gonçalo, as aulas só retornaram na segunda-feira (8).

Antes disso, na sexta-feira (5), a Águas do Rio iniciou uma operação para abastecer unidades de saúde da Região Metropolitana do Rio, distribuindo 32 caminhões-pipa nas cidades afetadas. Apesar do nível de contaminação elevado identificado naquele momento, a Cedae garantiu que não havia chance do composto chegar às casas da população.
 
 
 
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