Captação no Sistema Imunana-Laranjal foi retomado após testes mostrarem diminuição na concentração do poluenteCedae

Rio - Após mais de 50h de interrupção, o sistema Imunana-Laranjal voltou a captar e tratar água às 22h42 desta sexta-feira (5). Os municípios Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, parte de Maricá e a Ilha de Paquetá, na Região Metropolitana, estavam sem abastecimento desde a manhã de quarta-feira (3).
A operação havia sido interrompida após a identificação da substância química tolueno no canal de Imunana, onde é feita a captação de água. A previsão foi de que a produção da Estação de Tratamento (ETA) chegasse a 100% nas primeiras 5 ou 6 horas, ainda durante a madrugada. A distribuição da água até os consumidores finais será feita pelas concessionárias Águas do Rio e Águas de Niterói, que atendem a região.
O tratamento da água pôde ser retomado após um trabalho realizado pela força tarefa montada pelo Governo do Estado que fez o isolamento e sucção do composto químico tolueno na região onde é feita a captação de água. Até o fim do dia já haviam sido retirados 160 mil litros de água com o produto dos canais às margens do Rio Guapiaçu, em Guapimirim. A mobilização envolveu as secretarias de Estado do Ambiente e Sustentabilidade, da Polícia Civil, da Polícia Militar, o Instituto Estadual do Ambiente (Inea), a Cedae, a Petrobras e as concessionárias Águas de Niterói e Águas do Rio.
No fim da noite, os exames - que vinham sendo realizados a cada uma hora desde que foi constatada a contaminação – mostraram que a água atingiu os parâmetros de potabilidade adequados para consumo humano. Os níveis de tolueno foram reduzidos de 59 para menos de 30 microgramas por litro. A resolução Conama 357 permite 2 microgramas por litros e a Portaria de Potabilidade 888 permite 30 microgramas por litro.
Depois disso, as amostras ainda passaram por técnicos especializados em avaliar a qualidade da água. O Sistema Imunana-Laranjal é responsável pelo abastecimento de cerca de 2 milhões de pessoas em Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, parte de Maricá (Inoã e Itaipuaçu) e na Ilha de Paquetá.
O governo continua investigando a origem da contaminação. A Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) abriu inquérito para apurar os responsáveis pela presença do poluente na água.