Médica que fez cirurgia em mulher que morreu após lipoaspiração responde a processo por erro médico

Rio - A médica responsável pela cirurgia de Roberta da Silva Mendonça, de 42 anos, que morreu dois dias depois de passar por uma lipoaspiração, responde a um processo por erro médico.

Uma mulher acusa Anike Brilhante Pereira por erro em cirurgia. O processo foi iniciado no ano de 2021 e a paciente cobra dano moral.

Anike fez uma lipoaspiração em Roberta, que teve complicações após a cirurgia. O procedimento foi realizado no Hospital Rio Day, na Tijuca, na Zona Norte do Rio, na última quarta-feira (24).

Segundo familiares, Roberta passou por uma cirurgia de 10 horas. Na manhã do dia seguinte, ela apresentou manchas roxas pelo corpo e passou mal, chegando a desmaiar. A família alega que a clínica não estava preparada para um procedimento de grande porte e que não tinha Centro de Terapia Intensiva (CTI) para uma intubação.

Na quinta-feira (25), a mulher foi transferida para o Hospital Rios d'Or, na Freguesia, na Zona Oeste do Rio, através de uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Ela chegou na unidade em estado crítico após sofrer uma parada cardiorrespiratória no hospital em que estava.

Roberta morreu no sábado (27) e foi enterrada nesta segunda-feira (29) no Cemitério do Pechincha, na Zona Oeste. Ela deixa o marido e uma filha de 5 anos.

Após a morte, Anike foi intimada a depor sobre o caso, que está sendo investigado pela 19ª DP (Tijuca). Segundo a Polícia Civil, o hospital onde ela passou pela cirurgia foi oficiado em busca de enviar todas as informações médicas relacionadas à paciente.

O Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) foi procurado e informou que "tendo tomado conhecimento do caso pela imprensa, vai apurar os fatos."

Em nota, a defesa da cirurgiã plástica Anike afirmou que a duração da cirurgia não corresponde às informações divulgadas e que a operação foi "conduzida dentro dos parâmetros adequados e em conformidade com os protocolos médicos estabelecidos", além de mencionar que os processos citados não foram julgados em primeira instância.

Anike também disse que foram realizados todos os exames prévios na Roberta e expressou seu "profundo pesar” pela morte da paciente, se colocando à disposição das autoridades para esclarecer as informações apresentadas.

Questionado sobre o assunto, o Hospital Rio Day não respondeu. O espaço está aberto para manifestação.