Clifford Gordon era professor da Columbia State Community CollegeReprodução
Publicado 20/05/2024 18:09 | Atualizado 20/05/2024 18:48
Rio - Um professor de uma universidade dos Estados Unidos foi encontrado morto, na manhã deste domingo (19), após ser arrastado por uma onda, em Paraty, na Costa Verde Fluminense. Clifford Gordon caiu no mar da Praia do Cepilho, na região de Trindade, na quinta-feira passada (16). A vítima estava no Brasil junto com alunos em um programa de estudo.
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Segundo a Columbia State Community College, universidade do estado do Tennessee onde o professor dava aula, Gordon e outros três alunos caminhavam por uma estrada à beira-mar e pararam para tirar fotos em umas pedras quando uma onda os atingiu. Clifford e dois estudantes foram arrastados para o mar.
Bombeiros foram acionados para o local por volta das 12h10 e conseguiram resgatar Elisa Williams, de 20 anos, e James Lloud, de 46. Eles foram socorridos e encaminhados ao Hospital Municipal Hugo Miranda, em Paraty. De acordo com a universidade, os estudantes estão seguros e não ficaram gravemente feridos.
Contudo, os militares não conseguiram resgatar o professor. Com apoio de um helicóptero e de drones, os bombeiros procuraram na região até que, por volta das 10h deste domingo (19), um corpo foi encontrado próximo à Ilha Rasa, na Baía de Guanabara, e as buscas foram encerradas em Paraty.
A morte de Clifford foi confirmada pela universidade na tarde desta segunda-feira (20). A doutora Janet Smith, presidente da Columbia State Community College, lamentou a perda do professor. 
"Ficamos com o coração partido ao saber deste trágico acidente. Estamos gratos por nenhum aluno ter ficado gravemente ferido. Nossa família universitária lamenta a perda de Clifford, que era um artista talentoso e muito querido por seus alunos. Nossos pensamentos e orações estão com sua família, amigos e alunos", disse.
Os três alunos e o professor atingidos pela onda fazem parte de um grupo de 12 estudantes de faculdades comunitárias do Tennessee em um programa de estudos no exterior no Brasil. Os alunos estão recebendo aconselhamento e foi providenciado transporte para voltar aos Estados Unidos.
Carreira
Clifford começou a trabalhar na universidade em 2008 como professor adjunto na divisão de Humanidades e Ciências Sociais. Em 2013, começou a trabalhar em tempo integral e ministrava aulas como Introdução para Artes Visuais, História da Arte, Pintura, Desenho, Gravura e Estúdio de Fundação.
Gordon também era um artista talentoso e fez inúmeras exposições em todo o estado. Ele era conhecido por produzir incríveis trabalhos de colagem e pintura para atrair as pessoas para um mundo informado por várias ideias, tradições e discursos modernos. Além disso, o professor já passou verões no Brasil e aprendeu sozinho a falar português.
Afogamentos durante período de ressaca
A morte de Clifford se configura a segunda em decorrência de afogamento durante o período de ressaca que se iniciou no litoral fluminense na última quinta-feira (16). Na manhã de sábado (18), um barco com três pescadores virou na praia da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, e um dos integrantes morreu.
A embarcação não resistiu à ressaca que atingiu o litoral da cidade próximo ao Quebra Mar. O Corpo de Bombeiros resgatou os passageiros. Um deles, identificado apenas como André, de aproximadamente 40 anos, foi encaminhado ao Hospital Municipal Lourenço Jorge em estado grave e chegou sem vida à unidade.
De quinta até este domingo (19), os bombeiros resgataram mais de 180 pessoas em todo o estado. O major Fábio Contreiras explicou que, mesmo com o período do aviso de ressaca finalizado, o mar continua agitado e as pessoas devem seguir se prevenindo em busca de evitar novos casos de afogamento.
"O aviso de ressaca acabou, mas o mar continua bastante agitado e perigoso. As ondulações continuam próximas a 2 m, as correntes de retorno, que são as valas, ainda tem bastante força e os ventos fortes contribuem ainda mais para o perigo em toda costa fluminense. Em tempos de mar agitado é necessário redobrar a atenção na praia, verificar as cores das bandeiras e, na dúvida, conversar com os guarda-vidas. Para aqueles que frequentam pedras, mirantes e costões, é a hora de aguardar e deixar para outro momento as fotos e os registros da visita. Para aqueles que praticam esportes na água, devem esperar também esse período passar. Os pescadores e os outros profissionais que navegam pelo mar tem que suspender suas atividades até que o mar fique um pouco mais seguro", comentou.
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