Corpos dos pais foram incendiados no segundo andar da casa na Taquara, Zona Oeste do Rio. O caso teria ocorrido após um desentendimento entre os pais e o adolescenteGabriel Salotti
Publicado 24/05/2024 13:31
Rio - Os vizinhos do casal assassinado pelo próprio filho, de 16 anos, na Taquara, Zona Oeste do Rio, acreditam que adolescente já era conhecido pelo comportamento agressivo. Na madrugada desta sexta-feira (24), o jovem matou os próprios pais a marteladas e incendiou os corpos na casa onde viviam, na Estrada da Ligação. As vítimas eram Luis Cláudio Pinheiro e Mariana Valente, ambos de 58 anos.

"Passava aqui na rua, sempre meio pacato, tranquilo, não falava com muita gente. Jogava bola aqui no campo próximo, praticava jiu-jitsu com uns conhecidos meus, só que ultimamente ele andava meio agitado. Parecia nervoso. Passava olhando diferente e já não cumprimentava as pessoas. Mesmo assim não imaginávamos que poderia acontecer isso. Não imaginávamos que ele poderia ser capaz de fazer isso", disse Felipe Campos, 32 anos, vizinho da família.
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Segundo o organizador de eventos, o crime parece ter acontecido depois de um desentendimento entre o adolescente e os pais: "Ficamos surpresos. Ninguém entendeu nada. Parece que ele queria ir para a aula de jiu-jitsu e os pais não queriam. É o que dizem que motivou. Mas é estranho porque parece que eles se davam bem".

De acordo com a Polícia Militar, foi o próprio adolescente que ligou para a corporação e para o Corpo de Bombeiros durante a madrugada.

O comerciante e vizinho do casal Valter Junior, 53 anos, disse que o adolescente era filho de criação das vítimas, mas que não havia nenhum tratamento diferenciado. Apesar da aparente boa relação com a família, o vizinho revela que também percebia atitudes agressivas por parte do menor.
"Era um garoto tranquilo, sempre evitava de ficar olhando. Passava e só dava bom dia e boa tarde. Recentemente aconteceu uma briguinha com um amigo por causa de chinelo. Conversei com ele que não era assim e que não podia brigar. Mas ele estava muito violento, sendo que eram as pessoas que instigavam ele. Parece aquela coisa do mal mesmo. O inimigo seguindo ele e perturbando ele na rua", relatou.

Para o comerciante, a estratégia de colocar o adolescente no jiu-jitsu teria sido justamente para tentar minimizar as atitudes agressivas dele. "Claudio colocou ele no jiu-jitsu justamente para acalmá-lo. Nunca foi maltratado e sempre recebeu melhor educação possível. Estamos em estado de choque com tudo isso", disse.
A aparente piora no comportamento do jovem também foi percebida por outra vizinha. Jussara Martins Cabral, 61 anos, dona de um bar próximo à casa das vítimas, contou que o adolescente sempre foi explosivo, mas essas atitudes se acentuaram nos últimos meses. 

"Ele sempre teve esse perfil meio agressivo. Era uma criança agressiva. Eles brincando juntos sempre tinha confusão e ele se demonstrava agressivo o tempo todo. As crianças brincavam, mas a gente sempre ficava preocupada e prestando atenção na reação dele", lembrou. 
Caso é investigado pela polícia
De acordo com a Polícia Militar, agentes do 18º BPM foram acionados para verificar uma ocorrência de duplo homicídio.O caso foi encaminhado para a Delegacia de Homicídios de Capital (DHC).
Procurada, a Polícia Civil informou que o adolescente foi conduzido por policiais militares à unidade e apreendido em flagrante pelo crime. Os agentes vão ouvir testemunhas e realizar demais diligências para esclarecer todos os fatos e a motivação dos assassinatos.

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