Deputada estadual Lucinha (PSD) é investigada por suspeita de ligação com milicianos da Zona Oeste Arquivo / Agência O Dia
Publicado 04/06/2024 13:12
Rio - A deputada estadual Lucinha (PSD) prestou depoimento por 1h40 entre o final da manhã e o início da tarde desta terça-feira (4) ao Conselho de Ética da Assembléia Legislativa do Rio (Alerj). O colegiado ouviu a versão da deputada no processo ético disciplinar que pode culminar na cassação do mandato de Lucinha na Alerj. A sessão foi iniciada às 11h30 e fechada à imprensa por correr em sigilo de justiça. O deputado Vinícius Cozzolino (União Brasil) é o relator do caso. Lucinha foi indiciada por envolvimento com a milícia de Zinho, na Zona Oeste.
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Em nota divulgada à imprensa, o presidente da comissão, deputado Julio Rocha, afirmou que a parlamentar respondeu a todas as perguntas formuladas pelos membros do conselho sobre o seu suposto envolvimento com a milícia da Zona Oeste. "Considerando que todas as diligências necessárias foram realizadas, que todos os procedimentos foram observados e que não há mais provas a serem produzidas, na condição de presidente, dei por encerrada a instrução probatória na data de hoje", afirmou Julio Rocha.
Durante a própria reunião ordinária, o presidente da comissão intimou a deputada a apresentar as alegações finais, no prazo de 5 dias corridos, iniciando-se na quarta-feira (5) e com término no domingo (9), podendo entregar o documento até a segunda-feira (10), por se tratar do dia útil seguinte.
Após a entrega das alegações finais, inicia-se o prazo de 10 dias para o relator, deputado Vinícius Cozzolino, apresentar seu parecer. O presidente do colegiado se comprometeu a colocar o relatório para ser apreciado e votado no conselho assim que recebê-lo. Se a Comissão de Ética da Alerj decidir pela cassação, o texto vai para análise no plenário da Casa.

Lucinha foi alvo de inquérito, no qual é apurado o possível crime de envolvimento da parlamentar com a milícia que atua na Zona Oeste, na Operação Batismo, da Polícia Federal (PF) e do MPRJ, em dezembro do ano passado.

A parlamentar, de 63 anos, seria, segundo a PF, o braço político da milícia de Luiz Antônio da Silva Braga, o Zinho, sendo chamada de "madrinha" pelos criminosos. Zinho foi preso no dia 24 de dezembro de 2023. O grupo paramilitar atua em pelo menos 13 bairros do Rio, a maioria na Zona Oeste.

Após a operação, a parlamentar chegou a ser afastada do seu mandato na Alerj por determinação da Justiça. Mas os colegas deputados derrubaram a decisão.
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