Chiquinho e Domingos Brazão são acusados de serem mandantes do assassinato de MarielleReprodução
Publicado 04/06/2024 18:21 | Atualizado 06/06/2024 17:33
Rio - Vereadores da Câmara Municipal do Rio deixaram de votar, pela quinta vez em menos de um mês, na tarde desta terça-feira (4), pelo pedido de anulação da entrega das medalhas Pedro Ernesto concedidas aos irmãos Chiquinho e Domingos Brazão, presos por acusação de serem os mandantes das mortes de Marielle Franco e Anderson Gomes.
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Para a aprovação da solicitação, elaborada pela vereadora Mônica Benício (Psol), viúva de Marielle, seriam necessários 26 parlamentares votando, mas apenas 21 registraram seus votos no painel, sendo 18 "sim" e duas abstenções, além do presidente Carlo Caiado (PSD), que é impedido pelo regimento da Casa de votar, mas conta no somatório. Como não houve quórum mínimo, a votação não aconteceu nesta terça.
Geralmente, as propostas são votadas por aclamação, mas qualquer vereador pode pedir votação nominal, como aconteceu com Benício sobre essa proposta. Segundo a parlamentar, ela vai continuar pedindo esta forma para ver o posicionamento de cada vereador.
"Eu tenho tomado a atitude de pedir verificação nominal que obriga que os vereadores se posicionem no painel dizendo o lado em que estão nessa história. Se do lado da democracia, que busca pela justiça e alguma reparação, ou se estão do lado da milícia. Não haverá recuo. Seguirei pedindo nominal em todas as sessões porque a cidade do Rio de Janeiro, o Brasil, precisa desse painel para ver de que lado os vereadores estão nessa história", disse.
Para Mônica, a falta de votação sobre a anulação das medalhas é um ato escandaloso e contra a memória de Marielle e de Anderson.
"Eu esperava que a Câmara Municipal poderia recapitular essa história, que pudesse através da revogação das medalhas dos irmãos Brazão, fazer um pedido de desculpa para toda sociedade e à memória de Marielle e Anderson. Isso está sendo colocado pela sexta vez. É importante que a sociedade esteja atenta ao que está acontecendo. É um escracho da própria política. Um desrespeito à cidade, a uma parlamentar dessa Casa, de seus adversários que não puderem vencê-la. A gente não pode aceitar que aqui no Rio de Janeiro tenha um grupo político tão poderoso que seja capaz de assassinar como forma de fazer política e que tenha certeza de impunidade", contou.
A próxima votação sobre o caso será realizada na sessão desta quinta-feira (6). A última vez que a proposta deixou de ser votada foi na terça-feira (28).
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