Mellisse Fonte (de casaco com listras azuis), irmã de Luiz Fernando do Carmo Fonte esteve no IMLPedro Teixeira / Agência O Dia
Publicado 05/06/2024 16:43
Rio - A família do fiscal de voo de asa-delta Luiz Fernando do Carmos Fonte, de 27 anos, esteve no Instituto Médico Legal (IML) do Centro para realizar a liberação do corpo dele na tarde desta quarta-feira (5). O jovem foi baleado por policiais militares durante uma abordagem na Cidade de Deus, na Zona Oeste. Em nota, a PM afirmou que o rapaz foi vítima de um disparo acidental por parte de um dos agentes.
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Emocionada, Mellisse Fontes, irmã de Luiz Fernando, contou que ele havia deixado um irmão em casa e estava a caminho da residência da mãe, onde a ajudaria na alimentação dos gatos que eles cuidavam.
"Ele era muito dedicado às pessoas que ele amava e à causa animal, de uma forma geral. Não dá para a gente naturalizar um disparo acidental de fuzil na nuca de um trabalhador, que tem moto própria, fiscal de voo de asa-delta", desabafou a irmã.
O caso aconteceu na noite de terça-feira (4) e, até o momento, não há definição quanto ao enterro do fiscal. Nas redes sociais, imagens mostram o rapaz sendo carregado por agentes, pelos braços e pernas, e colocado dentro de uma viatura.
Segundo a Polícia Militar, Luiz Fernando foi levado para o Hospital Municipal Lourenço Jorge e, posteriormente, transferido ao Hospital Municipal Miguel Couto. No entanto, a Secretaria Municipal de Saúde informou que ele não resistiu aos ferimentos.
A PM alega que agentes do 18º BPM (Jacarepaguá) estavam em patrulhamento na Estrada dos Bandeirantes e suspeitaram de um motociclista que seguia no sentido Taquara. Foi realizado um cerco tático até o momento em que Luiz entrou na Rua Gusmão Lobo, um dos acessos da Cidade de Deus. A corporação afirma que, neste momento, um dos militares atirou de forma acidental na vítima.
"É um absurdo, mas decidimos, como família, que vamos pegar nossa estrutura familiar e ir até o final para conseguir fazer justiça. É assim que a gente decidiu seguir daqui para frente, até para conseguirmos superar isso. Não dá para a gente banalizar e normalizar esse tipo de abordagem. Nós somos vítimas de tudo isso, é uma família dilacerada. Nunca mais as coisas vão ser as mesmas", lamentou Mellisse.
Logo após o ocorrido, passou a circular a informação de que Luiz trabalhava como mototaxista. No entanto, a irmã esclareceu que ele atuava como fiscal de voo de asa-delta em um clube em São Conrado. Além disso, em situações específicas, entregava lanches para estabelecimentos que já conhecia, como forma de ajudar na renda que dedicava à causa animal.
O caso foi registrado na 32ª DP (Taquara). Procurada, a Polícia Civil informou que os policiais militares envolvidos na ação foram ouvidos na distrital e as imagens das câmeras corporais foram requisitadas à corporação. A arma que disparou foi apreendida para perícia e os agentes buscam imagens de câmeras de segurança da região e testemunhas para esclarecer todos os fatos.
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