Carro onde comerciante foi executado passa por períciaRenan Areias / Agência O Dia
Publicado 09/06/2024 16:56
Rio - O bar do empresário Antônio Gaspazianni Chaves, 33 anos, morto a tiros no fim da manhã deste domingo (9), já havia sido alvo de um ataque a tiros relacionado à disputa entre grupos do jogo do bicho em 2023. Segundo testemunhas, o assassinato do comerciante estaria ligado à guerra da contravenção.
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Em 15 de abril do ano passado, o Bar Parada Obrigatória, localizado na esquina da Rua Souza Franco com o Boulevard 28 de setembro, em Vila Isabel, na Zona Norte do Rio, foi atacado por um grupo que teria ligação com o bicheiro Luiz Cabral Waddington Neto, 42. Na ocasião, duas pessoas foram baleadas.
Câmeras de segurança flagraram o momento em que um grupo de seis homens estaciona três veículos na rua do bar. Após uma breve reunião, um dos criminosos, que seria o próprio Luiz Cabral, vai ao local e atira. Os comparsas que estavam com ele também realizam disparos. Logo em seguida, eles fogem. Na época, o Disque Denúncia chegou a divulgar um cartaz pedindo informações sobre o paradeiro do bicheiro. 
O ataque deixou duas pessoas baleadas: Vitor Luiz de Souza Fernandes e Marcos Paulo Gonçalvez Nunes. O segundo é irmão do tenente-coronel Claudio Luiz de Oliveira, condenado por envolvimento no assassinato da juíza Patrícia Acioli.
O crime em 2023 aconteceu um dia após o filho do bicheiro Luiz Cláudio ter sofrido uma tentativa de homicídio no Catumbi, na região central do Rio. Na época, ele confessou que participava de uma quadrilha do jogo do bicho e afirmou que o contraventor Adilson Coutinho Oliveira Filho, o Adilsinho, estaria ligado ao atentado contra seu filho. 
Morte de empresário
Antônio Gaspazianni Chaves foi assassinado com mais de 20 tiros, na manhã deste domingo (9), na esquina da Rua Teodoro da Silva — uma das mais movimentadas da região — com a Souza Franco, próximo do bar o qual era dono, em Vila Isabel. Ele estava dentro de um carro que ficou cravado com diversas marcas de disparos.
De acordo com testemunhas, dois suspeitos em uma moto aguardaram Antônio sair do bar e, em seguida, efetuaram os disparos contra seu veículo. 
Moradores do bairro suspeitam que o crime foi motivado por disputas envolvendo o jogo do bicho. Segundo a atendente de loja Cristiane Oliveira, de 43 anos, que mora em Vila Isabel desde que nasceu, a região tem ficado cada vez mais insegura. Para ela, os confrontos entre grupos de contravenção preocupam quem vive no local.
"Vila Isabel infelizmente acabou. Era um bairro boêmio, onde os bares funcionavam até de manhã. Hoje em dia não existe mais isso, é muito assalto. Não tem mais horário, de dia, de noite, madrugada... infelizmente o bairro está muito inseguro. Eu já presenciei no ano passado, no bar ali da esquina [Parada Obrigatória], uma questão de disputa de bicho. Teve pessoas baleadas. É uma questão que está bem preocupante aqui no bairro", comentou.
Um outro morador, que vive no bairro há cerca de 40 anos e não quis se identificar, também reforçou essa preocupação: "Tá zero [segurança]. Praticamente, o bairro está abandonado. De noite, não tem policiamento. Sobre o dono do bar, [Antônio] já não foi assalto. Os caras chegaram e executaram ele. Eu não sou especialista, mas tudo indica que é negócio de caça-níquel. É bem provável que seja disputas de caça-níquel", destacou.
A morte do empresário é investigada pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC). Agentes já realizaram uma perícia no local. Os investigadores iniciaram diligências para descobrir a autoria e a motivação.
O corpo de Antônio foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML) Afrânio Peixoto, no Centro do Rio. Ainda não há informações sobre o sepultamento.
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