Familiares da adolescente estiveram na porta do Hospital Evandro Freire na manhã desta sexta-feira Reginaldo Pimenta/Agência O DIA
Publicado 14/06/2024 09:28
Rio - A menina de 13 anos baleada na rua de casa, enquanto voltava do balé, teria sido atingida por um tiro de fuzil durante um confronto entre policiais militares e criminosos na Ilha do Governador, na Zona Norte, na noite desta quinta-feira (13). Ao DIA, uma familiar relembrou os momentos de terror durante o socorro da adolescente A. B. B. N, que passou por cirurgia e está internada em estado grave no Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro.

Inicialmente, a adolescente foi socorrida e encaminhada Hospital Evandro Freire, na Ilha, mas foi transferida na manhã desta sexta-feira (14). Segundo a familiar, que preferiu não se identificar por medo de represálias, o disparo atravessou a barriga da menina. "Temos que aguardar as próximas 48 horas, que são cruciais, mas a cirurgia foi bem. A gente aqui em casa dormiu à base de remédio e chá de camomila", contou.
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Durante a manhã desta sexta-feira (14) familiares se reuniram na porta do hospital enquanto aguardavam atualizações sobre o estado de saúde da menina. A mãe dela passou a noite na unidade e foi acolhida pela família. Com muita fé, usando camisas religiosas e com terços em mãos, eles pedem orações pela recuperação da adolescente.

No momento em que foi baleada, a menina voltava do balé com uma tia, como todos os dias, quando as duas foram surpreendidas pelo tiroteio na Rua Zaquia Jorge. O socorro, após a menina ser atingida, foi feito pela mãe e por moradores da vizinhança.

"Paramos um carro no meio da rua para levar ela ao hospital. O tiroteio ainda continuou um pouco depois que ela foi baleada e o pessoal arrastou ela para dentro do portão. A mãe dela e a tia ficaram tentando se proteger com ela pedindo socorro, porque não tinha para onde correr. Depois que os tiros pararam, o pessoal tentou para algum carro para poder levar ela para o Hospital Evandro Freire", explicou.

Em relação a origem do disparo, a família espera que uma perícia seja feita. "A gente está precisando é que tudo seja acionado para saber como a bala entrou, como saiu, de qual arma foi efetuado o tiro na menina, porque tudo indica que a bala que pegou nela veio de policiais, foi tiro de fuzil, entrou de um lado e saiu de outro. Tudo aconteceu aqui na porta da casa da minha tia, e o tiroteio continuou mesmo quando ela foi atingida", disse.

Além da melhora da vítima, os familiares também querem Justiça. "A gente pede muito pela perícia, para saber exatamente de onde partiu o tiro, tanto se for do bandido ou se for polícia, a gente quer Justiça. Apesar da gente morar em comunidade, queremos que a Justiça seja feita porque a gente não deve nada para bandido e nem para polícia".

O que dizem as autoridades
De acordo com a Polícia Civil, os PMs narraram que estavam na comunidade da Pixunas para apurar denúncias de extorsões praticadas por traficantes contra motoristas, quando foram atacados a tiros e houve confronto.

O caso está sendo investigado na 37ªDP (Ilha do Governador). As armas dos policiais foram apreendidas e serão encaminhadas para perícia. As imagens das câmeras corporais serão requisitadas para análise. A Delegacia de Homicídios da Capital está auxiliando no andamento das investigações para esclarecer os fatos.

Procurada, a Polícia Militar reforçou que agentes do 17ºBPM (Ilha do Governador) estavam checando uma denúncia na Rua Brigadeiro Newton Braga, quando houve confronto após serem atacados a tiros. Ainda segundo a corporação, os militares foram ouvidos e os armamentos utilizados recolhidos.
"A Corregedoria da Polícia Militar instaurou um procedimento apuratório para apurar as circunstâncias do caso, paralelamente às investigações da 37ªDP. Vale ressaltar que a equipe utilizava câmeras operacionais portáteis, e que caso solicitada para colaboração nas investigações, as imagens serão disponibilizadas", disse em nota.
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