Renato Couto foi assassinado depois de uma discussão no ferro-velho na Zona Norte do RioRede Social
Publicado 25/06/2024 15:20
Rio - A Justiça do Rio manteve a prisão dos militares da Marinha Bruno Santos de Lima, Daris Fidélis Motta e Manoel Vítor da Silva Soares, e de Lourival Ferreira de Lima - pai de Bruno -, réus pelo homicídio do policial civil Renato Couto de Mendonça, de 41 anos, em maio de 2022. O crime aconteceu após uma briga em um ferro-velho da Praça da Bandeira, na Zona Norte do Rio.
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No último dia 5, o juiz Cariel Bezerra Patriota, da 3ª Vara Criminal do Rio, voltou a analisar a necessidade da manutenção das prisões preventivas dos acusados. Segundo o magistrado, os fundamentos que decretaram a detenção do quarteto "permanecem íntegros, não havendo nenhuma modificação do quadro fático".
O grupo passou a ser julgado pelo Tribunal do Júri em outubro do ano passado. Em sua decisão, a juíza Tula Corrêa de Mello, também da 3ª Vara Criminal, levou em conta quatro qualificadoras do assassinato. Para a magistrada, o homicídio aconteceu por motivo torpe, já que Renato foi morto por vingança após ameaçar fechar o ferro-velho de Lourival, onde estariam peças roubadas de uma obra sua; por asfixia, porque o perito foi jogado no Rio Guandu, na altura de Japeri, na Baixada Fluminense, depois de ser baleado; por recurso que impossibilitou a defesa da vítima, pois o policial foi emboscado; e por ser contra autoridade, já que Renato era um agente de segurança.
Todos os quatro homens respondem pelos crimes de homicídio qualificado e fraude processual. A denúncia do Ministério Público do Rio (MPRJ) destacou que Lourival recolheu os projéteis disparados pelo seu filho Bruno e os três militares lavaram a van usada para transportar o corpo de Renato. O veículo ficou com sangue da vítima após os criminosos jogarem o corpo no Rio Guandu.
Relembre o caso
Renato de Mendonça desapareceu no dia 13 de maio de 2022 após ir ao ferro-velho de Lourival, na Praça da Bandeira, na Zona Norte do Rio, depois de descobrir que objetos de metal dele, de uma obra que ele fazia na Mangueira, também na Zona Norte, haviam sido furtados por usuários de crack e vendidos para o local. 
Na época, o policial chegou a obter de Lourival uma promessa de ressarcimento pela receptação das peças levadas. Ele foi instruído a retornar em outro horário e foi vítima de uma emboscada armada pelo dono do espaço, que chamou o filho, o sargento da Marinha Bruno de Lima, e outros dois colegas de farda: o cabo Daris Motta e o terceiro-sargento Manoel Soares.
Após uma discussão, o papiloscopista foi baleado e colocado dentro de uma van. Ele ficou com três marcas de disparos, sofrendo ferimentos no abdômen e membros inferiores, conforme resultado da perícia.

Do local do sequestro, os militares seguiram para o Arco Metropolitano, de onde atiraram a vítima de uma ponte, na altura de Japeri, na Baixada Fluminense, para o Rio Guandu. Apesar dos tiros, o policial morreu por afogamento, pois o laudo de necropsia pontou que foi encontrada água em seus pulmões, ou seja, ele foi jogado ainda com vida no rio. 

O veículo usado para o transporte pertencia à Marinha e teria sido levado para um quartel após a desova do corpo. Dentro da unidade militar, a van chegou a ser lavada pelos militares para eliminar qualquer resquício do crime.
Os acusados estão presos desde o dia 14 de maio de 2022. Dois dias depois, eles passaram por audiências de custódias e tiveram suas prisões em flagrante convertidas para preventivas.
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