Publicado 28/06/2024 10:56
Rio - O morador Sebastião José Alves da Silva, de 63 anos, baleado durante operação no Complexo da Penha, na Zona Norte, está lúcido e passará por cirurgia. Ele foi atingido por volta das 6h desta sexta-feira (28) enquanto buscava pertences e café para a mulher que aguardava atendimento no Hospital Estadual Getúlio Vargas, na mesma região.
PublicidadeSegundo Conceição Ferreira, ele a levou na unidade e voltava para casa no momento que foi baleado.
"Ele me trouxe aqui, mas quando foi 6h ele foi em casa buscar uma meia, casaco e café para mim, porque ele tem essa mania. Eu ainda falei para ele não ir, porque não sabia como que estava a situação por lá. Aí daqui a pouco me mandaram mensagem que era para o responsável do Sebastião aparecer aqui. Eu fiquei doida, mas os médicos foram bons", disse.
Ainda segundo a mulher de Sebastião, o companheiro foi baleado na região da virilha. "Já mandei recado, ele está falando, me contou a história direitinho, está lúcido e agora vai para o centro cirúrgico. Moramos eu e ele sozinhos, em frente ao mercado, antes da Vila Cruzeiro. Só eu já moro ali há 70 anos", contou.
Sebastião foi socorrido por mototaxistas da região e encaminhado ao Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, onde a mulher estava. O estado de saúde dele é estável.
Segundo apurado pelo DIA, ele foi baleado na Rua Engenheiro Francisco Passos, conhecida como Rua do Valão, mesmo lugar onde um criminoso, de camisa vermelha, foi flagrado armado logo atrás um veículo incendiado, que foi utilizado como barricada.
Operação provoca tiroteio
A Polícia Civil realiza uma operação, nesta sexta-feira (28), nos complexos da Penha e Alemão, por meio das delegacias do Departamento-Geral de Polícia Especializada (DGPE) e da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), para cumprir quatro mandados de prisão contra lideranças do tráfico de outros estados que se escondem na região. Na ação, além de Sebastião, Wagner Barbosa Barros, 56 anos, também foi baleado.
A operação conta com apoio da Polícia Militar. Segundo investigações, os alvos têm forte atuação nas guerras por disputa territorial e em crimes como roubos de veículos e de cargas. No início da manhã, os agentes se concentraram nas proximidades do Complexo do Alemão. Na ocasião, os integrantes da quadrilha que atua naquela região fizeram uso de drones para monitorar os policiais e viaturas, e dispararam contra as equipes, além de atear fogo em barricadas.
Segundo moradores, a região ficou em clima de guerra desde as primeiras horas do dia. Em ambas comunidades, escolas e clínicas foram afetadas.
De acordo com a Secretaria Municipal de Educação, no Complexo da Penha, 16 unidades escolares foram impactadas pelas operações policiais em curso. Já no Alemão, 21 escolas foram fechadas.
As Clínicas da Família Zilda Arns e Valter Felisbino de Souza, no Complexo do Alemão, mantêm o atendimento. Apenas as atividades externas realizadas no território, como as visitas domiciliares, foram suspensas na manhã desta sexta-feira (28). O mesmo acontece na Penha, com a Clínica da Família Felippe Cardoso.
Além disso, linhas de ônibus também precisaram alterar o itinerário na região da Penha.
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