Operação da Polícia Militar na Cidade de Deus, nesta quarta-feira (3), deixou seis mortosReginaldo Pimenta/Agência O Dia
Publicado 03/07/2024 16:39
Rio - A Secretaria Municipal de Saúde do Rio (SMS) apura o motivo de a Polícia Militar ter levado seis corpos para o Hospital Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, Zona Oeste, e não para o Instituto Médico Legal (IML), nesta quarta-feira (3). A corporação da PM alega que os suspeitos foram encontrados feridos após confronto com policiais do 18°BPM (Jacarepaguá), na Cidade de Deus. A informação, no entanto, é contestada pela unidade de saúde, que afirma que todos já chegaram sem vida ao hospital.
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A Polícia Militar, após o fim da ação policial, afirmou que vai instaurar um procedimento para apurar as circunstâncias da operação na Cidade de Deus. "As câmeras corporais utilizadas pela guarnição estão à disposição do procedimento investigativo", informou a PM por meio de nota.
Nas redes sociais, a presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), deputada Dani Monteiro (PSOL), também se manifestou sobre a operação desta quarta-feira (3). Ela afirmou que a Comissão está acompanhando o caso desde as primeiras horas desta manhã. "Não existe pena de morte no Brasil, mas no Rio a PM entra nas favelas para fazer execuções! Seis pessoas foram mortas hoje na Cidade de Deus. 12 escolas e 2 clínicas da família suspenderam o funcionamento. A CDH está desde cedo acompanhando os casos", escreveu a parlamentar nas redes sociais. 
De acordo com o Instituto Fogo Cruzado, em 2024, houve ao menos 12 operações com três ou mais mortos no Grande Rio, totalizando o número de 45 mortos. "Chacinas em ações e operações policiais são rotina no Rio de Janeiro há anos. Tiroteios e mortes não devem ser política de segurança pública do Estado", comentou o Instituto. 
Seis mortos e apreensão de mais de uma tonelada de maconha 
A operação foi realizada pelo 18°BPM (Jacarepaguá) com o objetivo de reprimir roubos de veículos e coibir as tentativas de expansão do domínio territorial da facção Comando Vermelho (CV), que promove a maior parte dos conflitos armados na capital e no interior do estado do Rio. Além disso, os agentes também atuaram na retirada de barricadas. Durante buscas na área de mata da localidade conhecida como Curral, os policiais afirmam que foram recebidos a tiros por um grupo de homens armados.
Na ação, os policiais apreenderam dois fuzis, quatro pistolas, três rádios transmissores e 461 tabletes de maconha, totalizando 1,2 tonelada de maconha na localidade conhecida como 15.
As polícias Militar e Civil ainda não divulgaram os nomes dos suspeitos mortos na operação da Cidade de Deus.
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