Publicado 09/07/2024 17:51 | Atualizado 09/07/2024 18:57
Familiares de Caio da Silva Rendão, de 21 anos, vivem momentos de angústia enquanto o resultado da perícia não revela se a ossada encontrada no quintal de uma residência em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, no dia 10 de junho, pertence a ele ou não. Wesley de Souza, melhor amigo do jovem e acusado de ocultar os restos mortais, foi preso no dia 13. O corpo será enterrado nesta quarta-feira (9), no Cemitério São Lázaro, às 10h, como indivíduo não reconhecido.
PublicidadeDe acordo com a prima de Caio, a corretora de imóveis Karen Cunha, 30, o pai do rapaz esteve no Instituto Médico Legal de Duque de Caxias, para onde os restos mortais foram levados, no dia 12 do mês passado, no intuito de buscar informações sobre o reconhecimento. No local, foi passado para ele que era necessário aguardar. Contudo, a família foi surpreendida nesta terça-feira (9).
"Minha família indo toda semana na delegacia, ligando para o IML, e eles falando que precisávamos guardar. Mas hoje (terça) veio essa notícia de que o corpo ainda estava lá [IML de Caxias] e que já está até marcado para ser enterrado amanhã como indigente", disse Karen.
Um pedreiro encontrou os restos mortais enterrados em um monte de areia utilizada para obras perto da casa de Wesley de Souza. Caio está desaparecido desde fevereiro deste ano. De imediato, a família da vítima suspeitou de que o corpo poderia ser dele. Desde então, aguardam o resultado da perícia.
De acordo com a Polícia Civil, a identificação será feita por meio de confronto genético. A amostra já foi colhida e encaminhada para o Instituto de Pesquisa Perícias Genética Forense, no Centro do Rio. Contudo, ainda conforme os investigadores, é um exame demorado e não há previsão para o resultado. Por esse motivo, o corpo será enterrado como não reconhecido e, posteriormente, caso seja comprovada a identificação, isso será alterado.
Para a família, são mais dias de angústia e dor. Eles só ficaram sabendo do enterro porque foram ao IML nesta manhã: "Parece que é uma série de suspense que nunca vai acabar. Meu primo vai ser enterrado amanhã como indigente. E é assim, sem identificação, sem avisar a família, sem nada. Ou seja, a minha família amanhã vai enterrar um corpo que a gente nem tem certeza se é o dele. Cinco meses que estamos vivendo assim, de incerteza".
Chegou a ser solicitado um reconhecimento pela arcada dentária da vítima. Mas a mãe do Caio só tinha um raio-x da época em que ele tinha 8 anos, o que acabou não batendo com o do corpo.
Prisão de Wesley
Wesley de Souza, acusado por ocultar corpo de Caio da Silva Rendão, desaparecido desde fevereiro, foi preso no dia 13 de junho, em Belford Roxo, Baixada Fluminense. De acordo com a Polícia Civil, Wesley também é suspeito de participação no homicídio e admitiu que a ossada encontrada no último dia 10 em um canteiro de obras é mesmo da vítima.
A investigação da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) revelou que Caio foi morto por causa de uma dívida. Na segunda-feira (10), Wesley tentou esconder os restos mortais do rapaz após um pedreiro encontrar os ossos, e foi impedido por vizinhos. Ele conseguiu fugir do local antes da chegada dos policiais.
Os agentes encontraram o acusado escondido na casa de parentes em Belford Roxo. Ele foi preso em flagrante por ocultação de cadáver e ainda será investigado por participação no homicídio. Segundo a delegacia especializada, a investigação está em andamento para prender outros possíveis envolvidos no crime.
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