Chiquinho e Domingos Brazão estão presos, acusados de mandarem matar Marielle FrancoReprodução
Publicado 16/07/2024 16:52 | Atualizado 16/07/2024 18:02
Rio - Os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão prestam depoimento na Comissão de Ética da Câmara dos Deputados na tarde desta terça-feira (16). Os dois são réus, apontados pela Polícia Federal como mandantes do homicídio de Marielle Franco e Anderson Gomes. O colegiado ouve testemunhas no processo disciplinar que pode culminar na cassação de Chiquinho (Sem partido-RJ), que cumpre prisão preventiva no presídio federal de Campo Grande (MS). Acompanhe a sessão neste link.
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O conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio Domingos Brazão será interrogado como testemunha de defesa do irmão. No início da sessão, prestaram depoimento as testemunhas de defesa Thiago Kwiatkowski, conselheiro vice-presidente do Tribunal de Contas do Município do Rio, e o ex-vereador Carlos Alberto Lavrado Cupello, conhecido como Tio Carlos (Solidariedade-RJ). O delegado Daniel Rosa também foi convidado, mas não compareceu à reunião.

Na véspera, o delegado Rivaldo Barbosa também foi ouvido como testemunha no processo. Durante o depoimento, ele negou diversas vezes qualquer relação com os irmãos Brazão. Barbosa está preso sob a acusação de comprometer as investigações do assassinato. Ele era chefe da Polícia Civil à época, tendo assumido o cargo dias antes do crime. Indicado como testemunha de defesa, Rivaldo disse aos deputados que sua indicação para o cargo não foi influenciada pelos Brazão. 
Outras duas testemunhas indicadas pela defesa do deputado afirmaram ao Conselho de Ética que ficaram "surpresas" e "espantadas" ao tomarem conhecimento da prisão do parlamentar como suposto mandante dos assassinatos. Willian Coelho, vereador da Câmara Municipal do Rio há 12 anos, declarou na segunda-feira que não há razões para ligar Chiquinho Brazão a grupos paramilitares.
O ex-deputado federal Paulo Sérgio Ramos Barboza, que já foi parlamentar pelo Psol e participou da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Milícias na Alerj, disse que ficou surpreso com o suposto envolvimento dos irmãos Brazão no caso Marielle e Anderson. Ele defendeu que as investigações sejam aprofundadas e que a presunção de inocência do deputado seja assegurada.

Na semana passada, foi iniciada a oitiva das testemunhas. No dia 9 de julho o assessor da Câmara do Rio Marcos Rodrigues Martins foi interrogado a pedido da defesa de Chiquinho e o deputado federal Tarcísio Motta (Psol-RJ), por sua vez, foi ouvido como testemunha convidada pela relatora Jack Rocha (PT-ES).

Chiquinho Brazão foi preso com seu irmão Domingos Brazão pela Polícia Federal no dia 24 de março. No dia 27 de março, o Psol protocolou a Representação 4/24, pedindo a cassação do deputado federal por quebra de decoro parlamentar. A abertura do processo foi aprovada no dia 15 de maio.
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