Elizeu Felício de Souza passou 13 anos no Complexo de GericinóReprodução/Redes sociais
Publicado 19/07/2024 20:05 | Atualizado 19/07/2024 20:22
Rio - O traficante Elizeu Felício de Souza, conhecido como Zeu, condenado pela morte do jornalista Tim Lopes, não compareceu à Central de Monitoramento da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), para colocar a tornozeleira eletrônica. Ele foi beneficiado com a prisão domiciliar no último dia 4, e tinha até o dia 10 do mesmo mês para se apresentar. A Seap informou que o fato já foi comunicado à Justiça do Rio e ele deverá ser considerado foragido assim que o mandado de prisão for expedido. 
Publicidade
Jornalista Tim Lopes foi morto em junho de 2002 - Divulgação
Jornalista Tim Lopes foi morto em junho de 2002Divulgação
Esta não é a primeira vez que Elizeu descumpre uma ordem judicial e se torna-se foragido. Em julho de 2007, o traficante fugiu do Instituto Penal Edgar Costa, em Niterói, beneficiado pela progressão para regime semiaberto, quando também cumpria a pena pela morte do jornalista. Na ocasião, Zeu deixou o presídio para benefício de Visitação Periódica ao Lar (VPL) e não voltou.
Desta vez, Elizeu estava a 13 anos e sete meses cumprindo pena em regime fechado no Instituto Penal Vicente Piragibe, no Complexo Penitenciário de Gericinó, na Zona Oeste. 
Relembre o crime
O jornalista Tim Lopes foi morto em junho de 2002, na comunidade Vila Cruzeiro, aos 52 anos. Na época, ele decidiu fazer a reportagem após receber denúncias de moradores da comunidade Vila Cruzeiro de que menores estavam sendo obrigados pelos traficantes a participar dos bailes, usar drogas e se prostituir. O jornalista já tinha mais de 30 anos de carreira quando foi brutalmente assassinado e já estava habituado a fazer matérias do mesmo tipo.
Apontado como o responsável por queimar o corpo de Tim Lopes, Zeu se entregou à polícia durante uma invasão no Complexo do Alemão, em 28 de novembro de 2010, após três anos foragido. De acordo com a Polícia Militar, o traficante estava embaixo da cama, protegido por familiares, quando se entregou. Segundo as investigações, o traficante integrava a alta cúpula do Comando Vermelho (CV), ocupando posição de liderança no Complexo do Alemão, da Penha, Palmerinha e Tuiuti.
Entre os sete condenados pelo crime, apenas Elizeu ainda estava em regime fechado. Dois morreram, entre eles, Elias Maluco, encontrado morto em uma cela no presídio federal de Catanduvas, no Paraná, em 2020 - ele foi o mandante do assassinato do jornalista. O outro, Xuxa, foi morto durante uma troca de tiros com o Bope em 2013. Outros quatro já estavam em liberdade.
Leia mais