Publicado 09/08/2024 05:00
Rio - Parte do rico acervo da carnavalesca, cenógrafa e figurinista Rosa Magalhães está preservado nas instalações da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Maior campeã da Marquês de Sapucaí, a artista, que morreu no dia 25 de julho, doou à instituição, nos últimos três anos, 69 pastas com mais de cinco mil desenhos e croquis originais de fantasias e alegorias.
PublicidadeA coleção reúne trabalhos de 1974 a 2022, abrangendo desfiles da Imperatriz Leopoldinense, Mangueira, Beija-Flor, Estácio de Sá, Ilha, São Clemente, Portela e Vila Isabel. Um dos itens é um figurino do desfile campeão da Imperatriz de 1995, exaltando o Ceará.
Doado ao conjunto de bibliotecas da universidade (Rede Sirius), o material foi todo digitalizado pelo Núcleo de Memória, Informação e Documentação (MID). Os originais também estão guardados.
"Alguns [croquis] já estavam com manchas, o que é inevitável em mais de 30 anos. Esse material foi recolhido, catalogado, digitalizado e, claro, está disponível para qualquer um. Caso algum pesquisador precise, pode consultar o acervo pessoalmente com hora marcada, com os devidos cuidados para que a gente não perca nenhum croqui", ressalta o professor associado da Uerj, Ricardo Leitão, em entrevista ao DIA.
Idealizador do projeto Acervo Universitário do Samba, que promove ações em prol da memória de grandes personalidades da música e do Carnaval, Leitão é autor da biografia "Rosa Magalhães: A Moça Prosa da Avenida". A obra mergulha na vida e na carreira da carnavalesca, desde sua infância, passando pela formação acadêmica, até os campeonatos na Sapucaí e prêmios.
Grande admirador da obra da artista, o professor ajudou a intermediar a doação. "Rosa foi de uma generosidade ímpar e tão consciente que esse material deveria ser preservado... Ela sabia que era importante guardar isso. Foram mais de 40 anos dedicados ao Carnaval e à preparação de desfiles. Nós esperamos que sigam o nosso exemplo até porque estamos trabalhando e investindo para criar novos mecanismos e equipamentos de recepção de doações. Não podemos deixar de reconhecer e propagar a arte popular do Rio", destaca.
Para ter acesso gratuito aos croquis pessoalmente, os interessados devem agendar um horário através da Rede Sirius de Bibliotecas da Uerj, através do telefone (21) 2334-0093, ou pelo redesirius@uerj.br
O material digitalizado também está disponível no site.
Trajetória
Dona de oito títulos no Carnaval (um como assistente e sete em carreira solo), Rosa Magalhães passou por diversas escolas: Beija-Flor, Império Serrano, Tradição, Estácio de Sá, Salgueiro, Imperatriz Leopoldinense, União da Ilha, Vila Isabel, Mangueira, São Clemente, Portela e Paraíso do Tuiuti. No Sambódromo, venceu seis vezes, sendo cinco pela Imperatriz e uma pela Vila. Teve passagem, também, pelos desfiles de São Paulo.
Além das vitórias na Sapucaí e de muitos troféus no Carnaval, seus principais prêmios foram o Emmy de Melhor Figurino, pela abertura Jogos Pan-Americanos de 2007; dois prêmios MinC; Ordem do Mérito Cultural; e Medalha de Prata, oferecida pelo governo da Áustria.
Assinou figurinos e cenários para dezenas de espetáculos teatrais. Escreveu três livros: "Fazendo Carnaval" (Ed. Nova Aguilar) e "O inverso das origens", junto com Maria Luiza Newlands (Ed. Nova Terra), e "E vai rolar a festa..." (Editora Nova Terra).
Além das vitórias na Sapucaí e de muitos troféus no Carnaval, seus principais prêmios foram o Emmy de Melhor Figurino, pela abertura Jogos Pan-Americanos de 2007; dois prêmios MinC; Ordem do Mérito Cultural; e Medalha de Prata, oferecida pelo governo da Áustria.
Assinou figurinos e cenários para dezenas de espetáculos teatrais. Escreveu três livros: "Fazendo Carnaval" (Ed. Nova Aguilar) e "O inverso das origens", junto com Maria Luiza Newlands (Ed. Nova Terra), e "E vai rolar a festa..." (Editora Nova Terra).
Leia mais
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.