Familiares de Nádia Aparecida, morta a facadas na BarraRenan Areiais/Agência O DIA
Publicado 09/08/2024 13:52
Rio - A família de Nádia Aparecida Alves Lage, morta a facadas na praia da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, na noite de quinta-feira (8), acusa o ex-marido da vítima de ter cometido o crime. A filha do casal, Sara Cristina Alves, esteve no Instituto Médico Legal (IML) do Centro, nesta sexta-feira (9), e contou que o pai chegou a enviar uma mensagem para ela confessando o assassinato.
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"Infelizmente era meu pai e depois de tudo que ele fez ainda mandou uma mensagem para gente dizendo que tinha matado ela. Tudo que a gente quer é Justiça, e dói muito porque perdemos os dois de uma vez, pois ele tem que pagar pelo que fez, mesmo que doa na gente", lamentou emocionada.

Ainda segundo a filha, o pai Eduardo Henrique, de 54 anos, não estava trabalhando por ter uma doença crônica e passou a apresentar sinais de violência após o fim do relacionamento.  "Eu desconfio que ele tenha esperado ela sair do trabalho e atraído ela para uma área deserta da praia. Me lembro que teve uma única vez que ela pediu medida protetiva e depois disso ele tentou contra a própria vida", contou.

Muito emocionada, a jovem também falou um pouco sobre Nádia. "Ela era um exemplo de mãe, muito guerreira, trabalhava muito, nunca deixou faltar nada para gente, ajudava todo mundo como podia, mesmo sem ter muita coisa. Para mim ela é um exemplo de mulher, e mais uma que foi assassinada pelo seu ex-companheiro", explicou.

Acompanhando Sara, a sobrinha da vítima, Esther Alves, contou acreditar que todo o crime foi premeditado. "Para os filhos e parentes ele disse que cumpriu o que tinha prometido, que agora ela ia ver como se trai o marido. Foi de uma crueldade, de uma frieza, um calculismo, porque ele saiu da casa que estava residindo às 11h, a minha tia saiu do trabalho 18h30 e às 19h30 ele enviou as mensagens. Ele não é suspeito, é assassino. Ele premeditou o crime, já estava esperando ele na saída do trabalho", disse.
Esther revelou ainda mais episódios de violências cometidos por Eduardo. "Ele já colocou fogo nas roupas dela e disse que ia matá-la. Ontem, depois do ocorrido, quando a gente estava na delegacia, porque ele mandou um áudio dizendo que tinha a assassinado, ele também expôs fotos íntimas no celular dela, que ele roubou, e depois enviou mais mensagens dizendo o que já tinha feito", disse.
Por fim, a jovem também revelou que a família não faz ideia de onde o suspeito possa estar e fez um alerta para outras mulheres. "Ele não demonstrava sinais, era uma pessoa pacata, na dele. Ela não dependia dele em nenhum sentido, mas para as mulheres que passam por essa situação, espero que elas peçam ajuda, que lutem por sua independência e que não caiam no papo de uma última conversa ou na ilusão de que eles não seriam capazes, porque eles são sim. Infelizmente, minha tia entrou na estatística", lamentou.
Inicialmente, testemunhas que passaram pela praia, no momento do crime, alegaram que a vítima teria sido estuprada. Os familiares, no entanto, negaram essa informação.
Segundo a família, o casal manteve um relacionamento por quase 30 anos e estavam separados há dois meses devido a uma suposta traição cometida por Nádia. Os dois tinham três filhos juntos. Até o momento, não há informações sobre o enterro.
De acordo com Polícia Civil, investigações estão em andamento na Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) para apurar a autoria do crime.
 
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