Publicado 12/08/2024 20:37
Rio - Adriano Assis, de 44 anos, um dos passageiros que não embarcou no avião que caiu com 62 pessoas em Vinhedo, no interior de São Paulo, foi recebido com uma salva de palmas e uma roda de oração, nesta segunda-feira (12), no Hospital Estadual Roberto Chabo (Herc), em Araruama, na Região dos Lagos. Ele é coordenador de Tecnologia de Informação (TI) da unidade.
PublicidadeA aeronave ATR 72-500, da empresa Voepass, decolou, na manhã de sexta-feira (9), do Aeroporto de Cascavel, no Paraná, em direção ao Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Chegando em Vinhedo, o avião caiu. A queda matou 58 passageiros e quatro tripulantes.
Adriano, que estava a trabalho no estado do Sul do país, não conseguiu embarcar no avião, pois houve uma falha no sistema que trocou as empresas responsáveis pelo voo. Ele chegou a reclamar com um funcionário da Voepass sobre o assunto.
O homem ia para Guarulhos para pegar outro avião com objetivo de voltar ao Rio. Adriano é morador de Cabo Frio, na Região dos Lagos, e tinha a opção de pegar uma outra aeronave no mesmo dia do acidente, mas optou por esperar um voo no sábado (10), pois estava muito abalado psicologicamente.
Nesta segunda-feira (12), ele foi recepcionado com um café da manhã pela equipe do Herc, onde trabalha como coordenador de TI. A filha de Adriano, de 11 anos, também compareceu na homenagem.
"Quero agradecer a todo mundo pelas orações, pelas palavras e pelas ligações. Quero louvar a Deus pela vida de todo mundo aqui, pela toda equipe de trabalho que está aqui há muito tempo", discursou.
A investigação sobre o que causou a queda do avião segue em andamento pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa). Segundo o brigadeiro do ar Marcelo Moreno, chefe da operação, a perícia conseguiu o conteúdo dos gravadores de voz e de dados das caixas pretas do avião.
"Conseguimos 100% de sucesso em obter as informações de voz e informações de dados que correspondem aos momentos que antecederam esse trágico evento", afirmou o brigadeiro do em coletiva, à frente do condomínio Recanto Florido, local da queda da aeronave, neste domingo (11).
Segundo o brigadeiro Moreno, essa é uma primeira fase da perícia nas caixas pretas, mas os trabalhos vão continuar em laboratórios de análise e extração de dados de voos do Cenipa, em Brasília. "Os dados foram obtidos, validados e agora aguardamos a continuação de investigação dos nossos técnicos que vão trabalhar na transformação desse número enorme de dados em informação para a sociedade", disse. Outra informação confirmada pelo órgão é que não houve, por parte da aeronave, comunicação com órgãos de controle de que haveria alguma emergência durante o plano de voo.
A próxima fase da investigação pelo Cenipa, segundo o brigadeiro do ar, será a retirada dos dois motores que serão levados para o IV Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos, no Campo de Marte, na capital paulista. Os motores serão a analisados para se ter certeza se no momento do impacto equipamentos estavam desenvolvendo potência.
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